Brasileiros
a bordo do navio Norwegian Jewel ainda
aguardam uma definição sobre como conseguirão voltar para casa. Após partir
da Austrália no fim de fevereiro, a embarcação
foi recusada em quatro países no Pacífico Sul por
causa das medidas de contenção à pandemia do novo coronavírus (veja mais abaixo o percurso do cruzeiro).
A
empresa responsável pelo cruzeiro definiu que a viagem seguirá para o Havaí,
arquipélago pertencente aos Estados
Unidos — o problema é que nem todos têm visto norte-americano, o que
dificultaria a volta ao Brasil.
Ao G1, a passageira cearense Marta Soares
assegurou que todos no Norwegian Jewel estão bem. "Não tem ninguém doente,
e a companhia está dando o mesmo tratamento do cruzeiro: temos refeições, lazer
e shows. Tudo o que um cruzeiro normal oferece", disse.
O
caso de Marta é peculiar: ela tem o visto norte-americano, mas o documento está
em outro passaporte que ela não levou para a viagem.
As
autoridades dos EUA permitem que dois passaportes sejam mostrados na entrada no
país: o mais recente, válido, e outro antigo com o visto no prazo de validade,
caso ele tenha sido emitido antes da obtenção da nova documentação brasileira.
Além disso, nenhum passageiro havia comprado passagens aéreas
para o cruzeiro por Honolulu. Afinal, o Havaí nunca fez parte do itinerário
inicialmente previsto para o Norwegian Jewel.
O médico brasileiro Nelson Mesquita, que está no navio,
estima que haja 50 brasileiros na embarcação. A empresa responsável não
confirmou o número exato.
O G1 entrou
em contato com o Ministério de Relações Exteriores para saber se há previsão de
alguma medida para resgatar os brasileiros que chegarão ao Havaí. Até a última
atualização desta reportagem, o Itamaraty não havia respondido ao pedido de
informação.
Entenda
o percurso
A
viagem começou em 28 de fevereiro, em Sydney e terminaria nesta sexta-feira em
Papeete, no Taiti — território que pertence à França. Por causa do
novo coronavírus, a empresa Norwegian Cruise Line (NCL), responsável pelo
cruzeiro, interrompeu o percurso e solicitou o desembarque em Auckland,
na Nova Zelândia.
Entretanto,
a entrada do navio foi recusada tanto pelas autoridades francesas quanto pelas
neozelandesas. A embarcação também não pode retornar à Austrália e foi impedida
de chegar a Fiji, um arquipélago da Oceania. Todos os países
adotaram restrições devido à pandemia de Covid-19.
A
NCL, então, definiu que o navio deveria passar em Pago Pago, na Samoa
Americana, apenas para reabastecimento nesta terça-feira (17). De
lá, o navio segue viagem para Honolulu, no Havaí.
O médico Nelson Mesquita, do Rio de Janeiro, conta que o
navio navegou "sem rumo pelo Pacífico Sul". "Não tivemos por
parte do capitão nenhuma evidência de uma solução imediata para isso",
relatou.
G1 Ceará