Dona de casa foi presa durante operação da Delegacia de Sobral, no Ceará — Foto: Mateus Ferreira/SVM |
Uma
dona de casa ficou presa engano no lugar da irmã durante 13 dias na cidade de
Sobral, na Região Norte do Ceará. Ela foi detida no dia 13 de junho, durante a Operação "Os Covardes",
quando policiais cumpriram o mandado de prisão e a levaram no lugar da irmã.
Somente nesta terça-feira (25), a Polícia Civil do Ceará confirmou a verdadeira
identidade da mulher detida.
Francisca
Cleice da Costa teve um habeas corpus concedido nesta quarta-feira (26) pelo
juízo da 2ª Vara Criminal da Comarca de Sobral.
Segundo
o advogado João Paulo Avelino Alves de Sousa, que representa a dona de casa,
ela deve deixar a prisão ainda hoje. O advogado disse que Cleice só contou à
polícia que não era o alvo do mandado de prisão quando procurou um defensor.
“Ela
afirmou que não se tratava da irmã dois dias depois de ser presa. A Cleice
falou que não se tratava da irmã”, ressaltou o advogado.
A
mulher chegou a assinar documentos se passando pela irmã antes de revelar sua
verdadeira identidade. Sousa, entretanto, não revelou qual foi a motivação da
mulher presa para esconder a informação. Segundo ele, essa é uma questão de
"sigilo de fonte".
Interrogatório
policial
A
polícia tinha um mandado de prisão contra a irmã de Francisca Cleice,
identificada como Francisca Aurivânia Ramos da Costa, que está foragida. A dona
de casa que acabou detida por engano não estava na lista de procurados.
De
acordo com a Polícia Civil, a mulher assinou com o nome de Aurivânia o termo de
qualificação e a autorização de acesso ao aparelho celular apreendido. Após a
prisão, Francisca Cleice foi submetida a um exame criminal na sede da Perícia
Forense do Ceará (Pefoce) em Sobral para comprovar a verdadeira identificação.
Após
o resultado, ficou comprovado que a dona de casa ficou presa no lugar da irmã.
Mesmo sendo liberada da prisão, ela poderá responder por falsidade ideológica,
já que assinou documentos públicos fingindo ser outra pessoa. A dona de casa
pode ainda ser autuada na lei das organizações criminosas por impedir ou
atrapalhar a investigação de infração penal envolvendo organização criminosa.
Sobre
a possibilidade dela responder por falsidade ideológica, o advogado de defesa,
afirmou que ele e a cliente não foram notificados até a manhã desta
quarta-feira.
G1 -CE