O
Brasil vai priorizar os temas de comércio internacional e de mudanças climáticas
na Cúpula de Líderes do G20 (grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo),
entre 30 de novembro e 1º de dezembro, em Buenos Aires. A comitiva
brasileira será liderada pelo presidente Michel Temer, que convidou o presidente eleito, Jair Bolsonaro, para
acompanhá-lo. O Itamaraty já confirmou que Bolsonaro não irá à cúpula
argentina.
Sobre
a participação brasileira no encontro, o diretor do Departamento de Assuntos
Financeiros e Serviços do Ministério das Relações Exteriores, ministro Luiz
Cesar Gasser, informou que a crise no comércio internacional, os compromissos
do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas e as discussões sobre o
futuro do trabalho estarão entre os principais tópicos a serem abordados.
“Comércio
internacional é um tema que preocupa o governo brasileiro. É de extrema
relevância. A mensagem estará presente em termos de uma busca de solução para
essa crise que o mundo atravessa no comércio, a necessidade ou não de reforma
da OMC [Organização Mundial do Comércio]", disse, em entrevista no Palácio
Itamaraty.
No
final de outubro, ao participar da reunião ministerial do Grupo de
Fortalecimento e Modernização da OMC, em Ottawa, Canadá, o ministro das
Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, alertou para os riscos de paralisação do mecanismo de solução de
controvérsias do organismo multilateral. O Brasil foi um dos 12 países
convidados pelo Canadá para discutir o futuro da organização.
Desde
o ano passado, os Estados Unidos têm resistido a liberar a nomeação de novos
juízes para o Órgão de Apelação da OMC, composto por sete membros. Atualmente,
o tribunal tem apenas quatro juízes, o que acarreta atrasos na análise de
disputas comerciais entre os países.
Segundo
o Itamaraty, o G20 tem importância central para o Brasil por se tratar de um
foro de governança global que reúne as principais economias do mundo, em
formato flexível, que facilita o debate e a formação de consensos, o que se
torna especialmente relevante no momento atual em que o multilateralismo é
questionado.
“Na
Cúpula de Buenos Aires, o Brasil reiterará seu compromisso com a democracia e
com as reformas econômicas, no plano doméstico, bem como com a defesa do
diálogo e do multilateralismo, no plano externo”, destaca o ministério.
Agência Brasil