O
presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL)
deve fazer hoje (30) a primeira reunião de trabalho com aliados mais próximos
para definir os rumos do governo de transição. O deputado federal Onyx
Lorenzoni (DEM-RS), confirmado para a Casa Civil, apresentará os dados
coletados durante reuniões em Brasília com o ministro-chefe da Casa Civil,
Eliseu Padilha, que coordena a equipe de transição do governo Michel Temer.
O
próprio Onyx confirmou a reunião. A previsão inicial era de que Bolsonaro
viajasse para Brasília hoje. Mas ontem (29) o presidente eleito disse que irá à
capital na próxima semana e que a “primeira pessoa” que pretende encontrar é
Temer.
Na
reunião de hoje, no Rio de Janeiro, a expectativa é de que participem os
integrantes do chamado “núcleo duro”, que são os assessores mais próximos de
Bolsonaro. Além de Onyx, devem estar presentes o general da reserva Augusto
Heleno, confirmado para a Defesa, o economista Paulo Guedes, que deve assumir o
Ministério da Fazenda (ou Economia, se houver fusão com outra pasta), e o
presidente nacional do PSL, Gustavo Bebianno.
Em
entrevista ontem à TV Record, Bolsonaro disse que são “estarrecedores” os dados
sobre a máquina administrativa federal, sobretudo a respeito do número de
funcionários e despesas. Ele reiterou que pretende privatizar ou extinguir algumas
empresas, mas que não irá prejudicar os funcionários públicos. Também
afirmou que sua intenção é reduzir o número de ministérios. Anteriormente, ele
afirmou que gostaria de diminuir de 29 para 15.
Transição
Padilha
disse que conversará amanhã (31) com Onyx, quando espera receber os primeiros
nomes da equipe de transição do novo governo. A equipe deve reunir até 50 nomes
de pessoas que vão trabalhar em um ambiente organizado exclusivamente para este
momento, que é o Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), em Brasília.
Essas
50 pessoas serão nomeadas para Cargos Especiais de Transição Governamental.
Esses cargos poderão ser ocupados a partir desta terça-feira (30) e devem ficar
vagos até o dia 10 de janeiro, conforme disposição legal.
A
equipe nomeada em caráter especial receberá salários que vão de R$ 2.585,13 a
R$ 16.581,49. São oito cargos diferentes, de indicação de Bolsonaro. Vinte e
cinco desses indicados receberão R$ 9.926,60 e dez terão salário de R$
13.036,74. São os dois cargos com o maior número de ocupantes. O cargo de
coordenador é o de maior salário, mas se Onyx Lorenzoni for o indicado, ele não
poderá receber a remuneração, uma vez que já recebe como deputado federal e não
poderá acumular as duas funções.
Ontem,
Bolsonaro afirmou que a transição transcorrerá “em tranqüilidade” e agradeceu o
apoio de Temer neste período. Padilha, por sua vez, disse que Temer pensa da
mesma forma.
“A
intenção do presidente Michel Temer é fazer uma transição com a maior
transparência possível, ofertando todas as informações que estejam disponíveis
no governo e sejam solicitadas, para que tenhamos, desde logo, o Brasil
andando.”
(Agêncai
Brasil)