Um
major da Polícia Militar do Estado do Ceará (PMCE) abandonou a residência neste
domingo, 26, nas proximidades de uma comunidade no Grande Bom Jardim, em
Fortaleza, depois que o muro do condomínio onde morava foi pichado com o
desenho de um palhaço que para Polícia e facções criminosas simboliza o matador
de policiais. A iniciativa foi entendida como uma ameaça.
O
oficial cujo nome é preservado por questão de segurança optou por retirar a
família do condomínio enquanto procura outra moradia. A intenção de se mudar
seria antiga, por morar em área considerada de risco. No entanto, a pichação
teria feito com que ele apressasse a ação.
A
imagem divulgada nas redes sociais mostra o desenho feito no muro do
condomínio. Um pintor teria sido contratado para apagar a pichação, no entanto
se negou a executar o serviço por medo dos criminosos que fizeram o registro.
O POVO solicitou
informações à Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) e à
Polícia Militar do Estado do Ceará (PMCE) sobre investigação relacionada ao
caso, no entanto até o fechamento desta página não houve resposta.
No
dia 11 deste mês, um policial civil precisou se mudar sob escolta depois que
reagiu a uma tentativa de assalto no bairro Canindezinho, na Capital. A ação
aconteceu nas proximidades da casa do policial e foi identificado que
criminosos estariam registrando imagens da frente da residência dele, o que
motivou a mudança.
Esses
agentes de segurança fazem parte de uma estatística da Defensoria Pública do
Ceará que aponta mais de 500 pessoas expulsas de suas casas, entre novembro de
2017 e julho de 2018, em função de ameaças.
O POVO noticiou
no início do mês a situação de recém-casados que foram expulsos 15 dias após
serem beneficiados com a casa própria no residencial Cidade Jardim. Eles
pediram reforço policial para escoltar a mudança, pois criminosos não aceitavam
a retirada dos móveis e eletrodomésticos. Também em agosto, na Comunidade dos
Cocos, na Praia do Futuro, familiares de integrantes de facção foram retirados
de casas que ocupavam ilegalmente.
No
começo do ano, pichações ameaçadoras expulsaram pelo menos 20 famílias no
Barroso 2. Isso desencadeou ação da SSPDS e de outros órgãos, ocupando a área
com base móvel da PM e atividades sociais.
Com
informações do Jornal O Povo