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ADVERSÁRIOS | Não descartando votar nem em candidatos da oposição para a
segunda vaga ao Senado, o candidato à Presidência divergiu dos irmãos e disse
não apoiar reeleição do senador
Candidato
à Presidência e maior líder da base aliada no Ceará, o ex-ministro Ciro Gomes
(PDT) disse ontem ter "vergonha" da aliança formada entre a base do
governador Camilo Santana (PT) e o senador Eunício Oliveira (MDB). Além de
afirmar que não votará nem pedirá votos ao emedebista, Ciro disse ainda se
recusar a subir em palanques com Eunício neste ano.
"Eu
não voto [em Eunício]. Eu me sinto envergonhado com essa contradição, mas
respeito porque na vida pública é assim que acontece. Mas eu tenho muita vergonha
desse momento", disse, durante evento de lançamento de sua candidatura ao
Planalto em Fortaleza. "Essa foto de eu com o Eunício em qualquer
palanque, daqui até o fim da minha vida, ninguém terá, nunca mesmo",
disse.
Afirmando
que votará no irmão Cid Gomes (PDT) para uma das vagas, Ciro disse ainda que
deverá escolher, ao longo da campanha, qual dos candidatos da oposição ao
Senado receberá o seu voto para a segunda vaga. "Eu nunca anulei voto,
então vou ver qual dos outros candidatos merece", disse. "Mas nele
[Eunício] eu não voto", acrescenta logo depois.
Posição
dura de Ciro difere significativamente de falas dos demais irmãos Ferreira
Gomes sobre a aliança. Na última quarta-feira, Eunício cumpriu agenda em Sobral
- berço político da família - ao lado de Cid e do prefeito Ivo Gomes (PDT). No
evento, Ivo fez diversos elogios à parceria com o senador e chegou inclusive a
pedir votos para o emedebista.
Presente
no ato de ontem, Cid adotou postura diplomática, dizendo estar tranquilo em
"recomendar" voto a Eunício. "Nunca fiz de divergências
políticas inimizades pessoais. Não é que eu ou ele tenhamos mudado, é só que a
gente está em um projeto agora, então estou tranquilo fazendo a campanha do
Eunício, recomendando voto a ele e pedindo voto para o Camilo".
Formalizada
com discurso de Camilo na convenção que lançou Eunício à reeleição, aliança
"informal" - com o PDT só lançando um candidato ao Senado - ainda não
se efetivou na Região Metropolitana de Fortaleza. Até agora, eventos de
campanha que uniram o senador e governistas só ocorreram no Interior.
Presentes
no evento, diversos deputados do PDT afirmaram que aprovam a reaproximação de
Camilo e Eunício. O presidente nacional da sigla, Carlos Lupi, no entanto,
descarta aliança com o MDB. "Nós só temos um candidato, que é o Cid",
diz.
O
POVO Online.