O
número de homicídios no Ceará dobrou em período de 10 anos, de acordo com o
Atlas da Violência 2018, documento elaborado pelo Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea) e divulgado nesta terça-feira (5). O levantamento
aponta que em 2006 foram registrados 1.792 homicídios, enquanto em 2016 foram
3.642 crimes do tipo, o que representa aumento de 103,2%.
Em
2016, último ano analisado pela pesquisa, o Ceará apareceu como o 7º estado
mais violento do Brasil e o 3º do Nordeste, atrás da Bahia (7.171) e de
Pernambuco (4.442). Ainda assim, o levantamento mostra que o número de
homicídios no estado tem diminuído. Em 2013, chegou-se à marca de 4.473 mortes
violentas no Ceará.
Além
disso, o número de homicídios por arma de fogo saltou em 174,3%. Foram 1.060
crimes em 2006, enquanto 2016 o número alcançou 2.908 casos. Em 2014, esse
índice chegou a 3.795 casos.
O
número de jovens assassinados no Ceará também representou um aumento de 123,4%.
passando de 941 casos em 2006 para 2102 em 2016. Isso significa que 57% de
todos os homicídios de 2016 foram contra jovens entre 15 e 29 anos.
Os
índices de homicídios contra pessoas negras segue a mesma tendência de
crescimento no período. A taxa de mortes violentas de negros por cada 100 mil
habitantes saiu de 18, em 2006, para 38,9 em 2016, o que representa uma mudança
de 116,2%. O número apresenta grande contraste com os homicídios contra
não-negros. Apesar de também representar um aumento, os índices aumentaram
41,4%, passando de 5,9 casos por cada 100 mil pessoas, para 8,3 por 100 mil
habitantes.
O
número de homicídios de mulheres também passou por aumento, foram 218 em 2016,
contra 134 em 2006, um aumento de 62,7%. Em relação a raça das mulheres
assassinadas, o índice de negras sofreu um aumento de 95,2%, passando de 2,4
por cada 100 mil habitantes em 2006 para 4,6 dez anos depois. O índice de
mulheres não-negras, por sua vez, diminuiu em 9,7%, indo de 1,1 por 100 mil
habitantes em 2006, para 1,0 em 2016.
Com informação do G1