O
governador salientou que, apesar da greve, o governo busca garantir o
abastecimento para serviços básicos. Quanto às alíquotas de ICMS sobre os
combustíveis no Ceará, ele frisou que a cobrança é igual a de outros estados do
Nordeste
Em
coletiva de imprensa, nesta terça-feira, 29, durante a aula inaugural da
segunda turma de aprovados no concurso do Corpo de Bombeiros, o governador
Camilo Santana (PT) se posicionou com relação à greve dos caminhoneiros. As
paralisações estão no nono dia.
O
petista defendeu a motivação dos manifestantes, garantiu o abastecimento de
serviços essenciais e falou dos prejuízos das paralisações no Estado. O
governador deu boas-vindas aos 295 novos soldados e 50 oficiais que serão
capacitados para integrar a segurança pública no Estado. O curso terá duração
de 5 a 6 meses para soldados soldados e de um ano e meio para os
oficiais.
Já
em bate-papo ao vivo pelo Facebook, horas depois, Camilo voltou a criticar o
Governo Federal. Para ele, é inadmissível que a Petrobras crie um política de
preço dos combustíveis que gere prejuízos à população brasileira.
"Reconhecemos
que é justa a manifestação dos caminhoneiros de todo o Brasil pelo aumento
abusivo que ocorreu no preço dos combustíveis. É responsabilidade exclusiva do
Governo Federal, da Petrobras", pontua.
Na
opinião de Camilo, há um "desgoverno" no País e falta liderança para
resolver o problema dos combustíveis. O governador lembrou que 80% dos
combustíveis consumidos no Brasil são produzidos e explorados internamente, mas
isso não reflete nas bombas, para o consumidor final. "A Petrobras é uma
empresa brasileira, patrimônio nosso. Espero que o Governo Federal possa
reverter o mais rápido possível essa questão".
“Acho
que é justa a greve dos caminhoneiros reivindicando melhorias, mas nós
precisamos garantir os serviços básicos à população”. Ele citou que ainda não
há como mensurar os prejuízos já causados pela greve, mas que o governo
trabalha para resolver a situação.
ICMS
Quanto
às alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)
cobradas sobre os combustíveis no Ceará, Camilo observou que, diante da atual
situação no Brasil, "muitos se aproveitam para passar informações
mentirosas". De acordo com o governador, o Ceará não tem a maior alíquota
de ICMS sobre o óleo diesel.
Em
crítica direta a Michel Temer (MDB), o petista disse que "o presidente da
República, de forma irresponsável, aumenta o preço dos combustíveis
abusivamente e joga a responsabilidade para os estados".
"Diminuíram os recursos da Saúde para o Ceará, não recebo um centavo para
a Segurança e agora querem jogar culpa para que os estados comecem a desonerar
mais ainda o ICMS".
"A
alíquota no Ceará é igual a de todos os estados do Nordeste. A alíquota normal
era 25%, hoje é 18%. Há uma redução de 28% nessa alíquota. E mais importante
ainda. O morador que utiliza o transporte público em Fortaleza e na Região
Metropolitana tem uma redução de 66%. Hoje, essa alíquota é de 8,5% apenas, até
para garantir que não haja aumentos nas passagens de ônibus", destacou,
lembrando da criação do Bilhete Único, em Fortaleza, pela Prefeitura, e do
Bilhete Único Metropolitano, pelo Governo.
A
paralisação dos caminhoneiros já dura nove dias em todo o Brasil. No Ceará,
algumas rodovias já não registram obstrução, mas outras apresentam conflitos na
própria categoria. Do protesto contra o preço do combustível aos pedidos
controversos por intervenção militar, a ação gerou dúvidas sobre a
responsabilidade da greve que parou o País e acumula prejuízo de, pelo menos,
R$ 34 bilhões.
Redação
O POVO Online
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informações do repórter Italo Cosme