Às
21h30 deste domingo o presidente Michel Temer fez novo pronunciamento
anunciando novas medidas para tentar conter a paralisação
A semana começa com a mesma pergunta que encerrou a semana
passada pairando no ar: afinal, a greve terminou?
Às
21h30 deste domingo o presidente Michel Temer fez
novo pronunciamentono Palácio
do Planalto anunciando novas medidas para tentar conter a paralisação dos caminhoneiros. Temer
anunciou que o preço do diesel sofrerá uma
redução de 46 centavos por litro pelos próximos 60 dias, no que chamou de
“sacrifícios no orçamento” para solucionar o impasse sem comprometer a Petrobras. Além disso, o
governo publicou três medidas provisórias isentando a cobrança de pedágio para eixo
suspensa, a garantia de 30% dos fretes para autônomos, e uma tabela com valores
mínimos para os fretes rodoviários.
Representantes
dos caminhoneiros presentes na reunião com o governo afirmaram estar de acordo
com as novas demandas. A dúvida é sua capacidade de mobilização. As informações
do início desta segunda-feira ainda são desencontradas sobre o fim da greve, e
sobre a desmobilização de outras paralisações que aproveitaram a oportunidade
para anunciar atos nos próximos dias.
Em
entrevista a EXAME, Marcos Fernandes, professor do Centro de Estudos de
Política e Economia da FGV, afirmou que o governo está sem capital político e
que, neste contexto, é natural que novos grupos de interesse aproveitem o
conflito com os caminhoneiros para impor suas próprias demandas.
Em
São Paulo, os motoristas de vans escolares marcaram uma paralisação para este
segunda-feira e farão um ato na Avenida Paulista no início da manhã. Eles
também reivindicam a redução de preços dos combustíveis. Segundo representantes
dos motoristas, cerca de 200.000 crianças devem ficar sem transporte escolar.
No fim de semana, a Federação Única dos Petroleiros anunciou que entrará em
greve a partir da meia-noite de quarta-feira por 72 horas. Os petroleiros pedem
a redução dos preços de gás de cozinha e combustíveis e a saída de Pedro
Parente da presidência da Petrobras.
Seja
como for, planos de contingência vêm dando conta de remediar parte dos efeitos
da greve. Em Brasília, dez caminhões
tanque levaram combustíveis ao aeroporto de Brasília, um dos mais afetados do
país. Dez aeroportos continuam afetados pelo país. Caminhões também vêm levando
remédios e oxigênio para hospitais que ficaram com seus estoques reduzidos.
No
Rio, 40% da frota de ônibus está funcionando, segundo a GloboNews, graça a
escolta de combustível para as empresas de transporte. Escolas e creches
municipais não abrem no Rio nesta segunda-feira. Em São Paulo, o rodízio
continua suspenso, e a frota municipal vai circular com 60% a 80% da
capacidade. As aulas da rede municipal estão mantidas.
Fonte:
Exame