A
Executiva Nacional do PT marcou para a tarde desta segunda-feira, 9, em
Curitiba, uma reunião extraordinária em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva (PT). A reunião terá participação dos movimentos sociais e vai definir
ações políticas e jurídicas em apoio a Lula.
Apesar
de preso desde o último sábado, 7, e em tese inelegível, a candidatura de Lula
não deverá ser reavaliada no encontro, mas sim reafirmada. A reunião foi
marcada após o ex-presidente se entregar à Polícia Federal, no final da noite
de sábado, para começar a cumprir sua pena de 12 anos e um mês de prisão por
corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex, da Operação Lava
Jato. Apesar de setores do partido desejarem o debate, a viabilidade da
candidatura de Lula não é algo a ser discutido, segundo interlocutores do PT.
O
partido, por decisão da Executiva Nacional, manterá a ideia de registrar a
candidatura de Lula ao Planalto em 15 de agosto, mesmo que o Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) venha a julgar o ex-presidente inelegível por ter sido
condenado em segunda instância. “Essa é a razão da prisão: ele ser um forte
candidato. Sem dúvida nenhuma, nós reafirmaremos a defesa dele”, disse o
deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), membro da Executiva Nacional.
Antes
de Lula se entregar à Polícia Federal, o ex-ministro Alexandre Padilha, um dos
vice-presidentes do partido, disse à BBC que o ex-presidente
será registrado. “Não será o PT que vai retirar Lula das eleições”, afirmou.
Caravanas e STF
Outro
tema na pauta do PT é a elaboração de uma agenda de mobilização pelo Brasil,
inclusive com a possibilidade de convocação de caravanas como as lideradas pelo
ex-presidente desde o ano passado. “Queremos a mais ampla que se possa fazer no
Brasil pela democracia, pela liberdade do Lula”, disse Teixeira.
O
encontro servirá também para transferir, simbolicamente, a sede do partido de
São Paulo para Curitiba, como forma de tornar a cidade o centro da atuação
política em defesa de Lula enquanto ele estiver detido. Desde a noite de sábado,
apoiadores de Lula estão reunidos em uma rua a pouco mais de 100 metros do
prédio onde o ex-presidente está preso, a sede da PF em Curitiba – a Polícia
Militar isolou o edifício devido a uma ordem judicial.
Na
noite de domingo, 8, o grupo já somava entre 700 e 1.000 pessoas, segundo
estimativas informais feitas por policiais militares que faziam patrulhamento
na região. Não há um balanço oficial da PM. Segundo o secretário nacional de
movimentos populares do PT, Ivan Alex Lima, a “vigília cívica pela soltura de
Lula” só termina quando o ex-presidente deixar a prisão. “Até ele sair”,
afirmou.
Na
frente jurídica, o debate deverá ser em torno da discussão, no Supremo Tribunal
Federal (STF), sobre a prisão após condenação em segunda instância como tese, e
não apenas a respeito de um caso específico, como foi o julgamento do habeas
corpus do ex-presidente na semana passada. Na quarta-feira, 11, o ministro do
STF, Marco Aurélio Mello, deverá colocar o tema em discussão.
“Na
minha opinião, o tema no STF interessa à maioria da sociedade. Então, acho que
o PT deve fazer um movimento com todo mundo em torno dessa questão”, avalia
Teixeira. “Nós achamos que a prisão tem que ser revertida rapidamente. Temos a
esperança que o Supremo, não só em nome do Lula, mas em respeito à
Constituição, possa fazer essa reversão”, completou.
Com
informações do Uol Notícias