| Ao todo, dez coletivos foram incendiados nesse
fim de semana. O valor de cada veículo destruído pela ação de criminosos é, em
média, de R$ 365 mil
Os ataques a ônibus no último final de semana
deixaram um custo alto para as empresas de transporte urbano. Ao todo, foram
sete coletivos incendiados nas ações de criminosos, sendo sete no sábado, 24, e
três ontem, totalizando dez unidades. Como cada veículo custa, em média, R$ 365
mil, a somatória de prejuízos chega a pelo menos R$ 4 milhões.
Para evitar perdas ainda maiores durante esta
semana, o prefeito Roberto Cláudio implementou uma série de medidas para
garantir o funcionamento normal do sistema de transporte coletivo de Fortaleza
a partir de hoje.
O trajeto dos ônibus contará com escolta de
viaturas da Polícia Militar e Guarda Municipal, além de aeronaves da
Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer), acompanhando o
deslocamento de ônibus na Capital.
Integram as ações a Secretaria da Segurança Pública
e Defesa Social (SSPDS), Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor),
Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC), entre outros. O POVO entrou
em contato com Dimas Barreira, presidente do Sindicato das Empresas de
Transporte de Passageiros do Ceará (Sindiônibus), para tratar dos prejuízos à
população e que medidas de segurança as empresas estão tomando diante de
possíveis novos. Não houve retorno das ligações até o fechamento da edição.
Para o setor, os prejuízos financeiros não se
limitam aos ataques. A Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos
(NTU) divulgou a Carta de Brasília. O documento aponta que o adiamento de
reajustes tarifários e o descumprimento dos contratos de concessão acordados
com prefeituras e estados agrava o desequilíbrio fiscal das companhias.
Das 1.800 existentes no Brasil, 30%, cerca de 600
firmas, enfrentam alto grau de endividamento e ausência de recursos em caixa
para saldar obrigações contraídas. De 2014 a 2016, 10% das empresas teriam
encerrado as atividades.
Segundo a entidade, promessas do Governo Federal
que beneficiariam o setor não tiveram seguimento, como o Pacto Nacional pela
Mobilidade Urbana, resultando na desistência dos projetos de melhoria da
infraestrutura das cidades. Outro fator que contribuiu para o cenário, diz a
NTU, foi o sucateamento de projetos de BRT e outros, resultando no que intitula
de “desmonte de sistemas de transporte público”.
Algumas ações são propostas para que o setor retome
o fôlego econômico, entre as quais estão o cumprimento dos contratos de
concessão ou permissão, respeitando os direitos e deveres das duas partes; o
financiamento de parte dos custos operacionais do transporte coletivo pelo transporte
individual; a retomada dos investimentos na infraestrutura urbana e a
priorização dos espaços urbanos destinados ao transporte coletivo.
A NTU calcula que as empresas transporte são
responsáveis por uma frota de 107 mil veículos e transportam 34 milhões de
passageiros diariamente nas cidades brasileiras. A geração de empregos é
estimada em 500 mil.
Lançamento de rota é adiado
A Prefeitura de Fortaleza adiou o lançamento da
viagem inaugural da linha urbana 917 - Aeroporto/Beira-Mar, que seria realizada
hoje. A novidade visa atender à demanda tanto de turistas quanto de moradores
da Capital.
A Secretaria Municipal de Turismo (Setfor) não
informou se o adiamento tem a ver com os últimos ataques a ônibus na Cidade.
A previsão é que a tarifa para os ônibus que farão
a nova rota seja de R$ 10.
A nova data para o lançamento da linha ainda será
definida.
Fonte:
O Povo