Temer disse que na quinta vai reunir o novo titular
da pasta e governadores de Estado e deixou em aberto a possibilidade de outras
ações federais
Brasília – O presidente Michel Temer afirmou nesta
terça-feira que não descarta que o governo federal possa decretar novas
intervenções federais em Estados, na linha do que ele determinou há dez dias na
área de segurança pública do Rio de Janeiro.
Em rápida entrevista coletiva após a cerimônia de
posse de Raul Jungmann no novo Ministério Extraordinário da Segurança Pública,
Temer disse que na quinta vai reunir o novo titular da pasta e governadores de
Estado e deixou em aberto a possibilidade de outras ações federais na área de
segurança pública em unidades da federação.
“Nós faremos uma reunião logo agora quinta-feira e
pontualmente vamos verificar caso a caso”, disse o presidente, após ser
questionado sobre a possibilidade de uma intervenção especificamente no Ceará,
Estado onde nesse início do ano ocorrerram chacinas em presídios.
Aliado de Temer, o presidente do Senado, Eunício
Oliveira (MDB-CE), afirmou não haver qualquer necessidade de se fazer uma
intervenção na área de segurança no Ceará. Para ele, uma medida dessa natureza
seria “demagogia eleitoral” de alguns.
“Situação no Ceará está absolutamente sob
controle”, disse o senador pelo Ceará.
Outros estados
Nopronunciamento durante a cerimônia, Temer disse
que a intervenção federal no Rio tem por objetivo evitar que o Estado desande
completamente com a criminalidade, e que isso acabe afetando outros Estados.
O presidente afirmou que o esforço na área de
segurança não ficará restrito ao Rio de Janeiro. Disse ainda que já houve uma
unificação da área de segurança pública no país, mas ainda não há uma
integração da inteligência com os Estados.
Segundo o presidente, a medida provisória que vai
criar o novo ministério vai estabelecer a coordenação e integração entre os
entes federados nessa área.
O novo ministro da Segurança Pública também
defendeu no seu pronunciamento de posse do cargo a criação de um sistema
unificado de segurança pública e um maior papel do governo federal para
coordenar e promover políticas de combate ao crime organizado.
Raul Jungmann afirmou que irá propor leis e
projetos que modernizem o sistema de segurança, e acrescentou acreditar que o
Ministério Extraordinário da Segurança Pública não será desfeito por quem quer
que seja eleito presidente nas eleições de outubro.
O ministro anunciou ainda na cerimônia de posse que
ao assumir o cargo encerra sua carreira como político.
Fonte: Exame