Um delegado de fora do Estado comandará os
trabalhos da força-tarefa de segurança no Ceará. Uma reunião está prevista para
a próxima semana, para resolver as pendências e detalhar a operação
Um delegado federal de fora do Estado será o
responsável por comandar a força-tarefa da Polícia Federal (PF) e da Polícia
Judiciária da Força Nacional no Ceará. O grupo representa o reforço “imediato”
anunciado pelo presidente Michel Temer (MDB), ainda em 30 de janeiro, três dias
após a Chacina das Cajazeiras, quando 14 pessoas foram mortas durante uma
festa, na Capital. A vinda dos policiais, porém, só deverá ocorrer em março.
O POVO apurou que uma reunião está prevista para o
início da semana que vem, na sede da PF no Ceará, no bairro Aeroporto. A data
específica ainda não foi definida. O encontro contará com representantes da
direção-geral da PF, em Brasília. Na ocasião, algumas pendências serão
acertadas, como a definição do efetivo que virá ao Estado e quem será o
responsável pelos trabalhos. Uma coletiva de imprensa também está prevista para
o pós-encontro. Depois do encontro da próxima semana, estima-se que ainda
demore cerca de duas semanas até que o reforço seja enviado. O atraso estaria
relacionado à tomada de decisões e também à burocracia do protocolo de atuação
da Secretaria Nacional da Segurança Pública (Senasp), que estabelece, por
exemplo, a pactuação entre as instituições, incluindo o compartilhamento de
informações anteriores e os resultados das investigações. No caso do Ceará,
após as pactuações, os inquéritos da Polícia Civil sobre as facções criminosas
serão compartilhados com a PF, bem como informações de domínio Federal serão
cedidas ao Estado, conforme as informações às quais O POVO teve acesso. “O
resultado do trabalho será coletivo. Mas é importante destacar que, se já
houvesse essa integração, de fato, não seria necessária essa força-tarefa”,
explicou uma fonte à reportagem.
Os agentes federais, que virão acompanhados também
de policiais civis de outros estados, deverão atuar em conjunto com a Coordenadoria
de Inteligência (Coin) da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social
(SSPDS). Todos farão parte da chamada Operação Concórdia, o nome escolhido é
uma referência à deusa romana da união. A atuação do grupo enfocará o combate
ao crime organizado, reforçando ações de inteligência no Estado.
Os resultados, porém, só devem ser percebidos em
médio e longo prazo, já que, inicialmente, todos os inquéritos e documentos
relacionados às facções no Estado deverão ser analisados pelo grupo. “Eles farão
um trabalho de formiguinha mesmo”, completou .
THIAGO PAIVA
Fonte: O Povo