ÀS SETE - Deputada Cristiane Brasil tomaria posse
nesta terça, mas a Justiça Federal fluminense suspendeu o ato por meio de
liminar
A terça-feira começa com uma grande dúvida para o
governo, em nova queda de braço com a Justiça.
A deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ)
tomaria posse como ministra do Trabalho, mas a Justiça Federal fluminense
suspendeu o ato na noite de ontem, por meio de liminar, ao acatar uma ação
popular contra a posse pelo fato de a deputada ter sido condenada em processos
trabalhistas movidos por dois ex-motoristas. Brasil é filha do também
ex-deputado federal e pivô do Mensalão Roberto Jefferson, que comanda o PTB no
país.
A Advocacia-Geral da União informou que vai
recorrer da decisão e Temer afirmou que pretende realizar o evento de posse às
15h de hoje. O governo avalia que a suspensão é “frágil”.
A posse estava agendada para as 9h. Ontem, antes da
decisão, Cristiane chegou a telefonar para o presidente Michel Temer (MDB) para
confirmar se estava tudo certo com sua nomeação e tentar adiantar o ato da
posse, na tentativa de se adiantar à decisão judicial. Temer confirmou a posse
para a manhã de hoje.
O caso que levou à suspensão da posse veio a
público após a nomeação da ministra. Os funcionários eram contratados sem
carteira assinada e não recebiam direitos, como férias.
A filha de Roberto Jefferson fechou acordo em um
dos casos, em que aceitou pagar 14.000 reais.
No outro, foi condenada a pagar pouco mais de
60.000. O juiz da causa entendeu que o motorista chegava a trabalhar 15 horas
por dia, com uma de intervalo.
No final de semana, o jornal O Globo trouxe uma
matéria que afirmava que nove das 10 parcelas para a quitação da dívida de
14.000 reais foram pagas por uma assessora de Brasil.
Em meio às polêmicas, a posse da filha, seria uma
vitória de Jefferson, que ficou preso pouco mais de um ano por causa do
Mensalão.
Ele é o principal cacique do PTB e ainda não
decidiu se tentará a eleição para deputado federal em 2018. Juridicamente,
existe dúvida se ele pode ou não ser candidato.
Justiça e política, cada vez mais, vêm se cruzando
no Brasil. Em fevereiro 2017, o governo Temer recorreu ao Supremo Tribunal
Federal para confirmar a nomeação de Moreira Franco na Secretaria-Geral da
Presidência. Em 2018, o ano começou com nova polêmica judicial. O ano de
eleições, com Lula na pauta, promete.
Fonte: Exame