Docente era casada e retornava do trabalho quando
levou o tiro.
Foi enterrado na manhã deste sábado (13), em
Itaitinga, Região Metropolitana de Fortaleza, o corpo da professora Alexandra
Assunção dos Santos, de 34 anos. Ela foi morta com um tiro na cabeça dentro de
um ônibus na quinta-feira (11). A professora retornava de uma reunião de
planejamento das aulas na escola quando foi atingida na por um tiro disparado
por um homem dentro do ônibus em que ela estava, na Avenida Frei Cirilo, Bairro
Messejana.
Alexandra trabalhava como supervisora no Centro
Educacional da Juventude Padre João Piamarta, na Avenida Aguanambi, em
Fortaleza. Ela era casada e morava em Itaitinga, Região Metropolitana de
Fortaleza.
Amigos e familiares da professora lamentaram a
morte trágica. Segundo a amiga da vítima Lúcia Silvestre, os colegas de
trabalho nunca pensaram que perderiam Alexandra tão cedo e desta forma. “Foi
tudo inesperado. Jamais esperávamos que hoje estaríamos passando por isso.
Ontem mesmo [quinta-feira] ela estava com a gente, na nossa equipe de trabalho
e já sonhando em trabalhar mais este ano. De receber os nossos alunos. Aí ela
vai para casa e depois recebemos essa notícia horrível”, relatou a amiga.
Lúcia afirmou que soube do crime por meio de uma
ligação do serviço social do Hospital do Coração de Messejana. De início não
acreditou. “Eu, o pessoal daqui do colégio, recebemos a ligação do serviço
social do hospital. Eles acharam o crachá dentro da bolsinha dela e ai ligaram
para informar a morte para a família. Decidimos ir para lá, mas quando chegamos
ela já estava morta”, conta.
Já a diretora educacional do colégio onde a
professora trabalhava, Rosângela Marques, reforçou que a cidade passa por um
clima de violência sem precedentes. E lembrou que é a segunda vez que o colégio
perde um profissional vítima da violência.
“Perdemos o padre Elvis. É a segunda vez que isso
ocorre em nossa escola. Segunda vez que isso atinge pessoas de nossa casa.
Neste momento é melhor calar. Para não falar besteira e tolice. Essa condição
de violência de modo cruel ocorre para todos os lados”, desabafa a diretora.
Morte de diretor do Piamarta
A professora Alexandra Assunção foi o segundo
profissional da instituição vítima da violência na cidade. No dia 13 de julho
de 2013, o padre Elvis Marcelino de Lima, diretor do Centro Educacional da Juventude
Pe. João Piamarta foi morto a tiros na Rua José Avelino, próximo ao Centro
Cultural Dragão do Mar. De acordo com a Polícia Militar, na época, o padre se
negou a entrar em um carro com assaltantes. Após negar ele foi atingido por um
tiro nas costas e morreu no local.
Faca e cápsulas de arma
A Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP)
e a Perícia Forense do Ceará (Pefoce) recolheram na noite de quinta-feira cerca
de dez cápsulas de arma de fogo e uma faca dentro do ônibus onde foram
assassinados a professora e um homem, ainda não identificado, segundo o 6º
Distrito Policial. Conforme um policial militar ouvido pelo G1, a suspeita
preliminar é que o autor dos disparos achou que o homem pulando a catraca tinha
a intenção de realizar um assalto.
Conforme a Polícia Civil, uma faca foi encontrada
no bolso do homem que pulou a catraca e foi baleado. As cápsulas deflagradas
foram retiradas de dentro do veículo pelos agentes. O material apreendido será
analisado durante as investigações.
A identidade da pessoa que efetuou os disparos
ainda não foi revelada. Ele abandonou o ônibus no Hospital do Coração, conforme
testemunhas relataram a policiais militares. O homem que pulou a catraca morreu
ainda dentro do ônibus.
De acordo com um policial que esteve no local,
testemunhas relataram que o motorista do ônibus saiu da rota do veículo e
conduziu o veículo até o Hospital do Coração. Alexandra chegou a receber
atendimento na unidade, mas não resistiu e morreu no local.
Fonte:
G1-CE