Foto: Marcelino Junior
Há
quem diga que a água possua propriedades medicinais, o que ainda não foi
comprovado por nenhum estudo.
Sobral.
Localizado a cerca de 50Km da sede deste Município da Zona Norte, no distrito
de Taperuaba, o Olho d'água do Pajé já foi considerado um dos pontos de
visitação mais procurados de Sobral por aqueles que apreciam passeios
ecológicos e o contato direto com a natureza, aqui representada pela paisagem
resistente do Semiárido.
Cercado
por pedras centenárias e pela vegetação característica da região, como o
mandacaru, por exemplo, o local sempre atraiu pessoas, o ano inteiro, que
buscavam se beneficiar de duas fontes de água que nunca secaram, ao longo dos
anos, de acordo com os moradores da região.
A
fonte ainda mantém temperaturas bem distintas para a água que brota da terra,
sendo uma morna e outra mais fria; mas que não tem sido aproveitada.
Propriedades
Há
quem diga que esta riqueza de águas termais, deixada pela natureza, possua
propriedades medicinais, o que ainda não foi comprovado por nenhum estudo
científico, que ateste suas características e poder curativo. Ela brota
ininterruptamente da superfície, onde foi construída uma estrutura de pedra em
forma de casa sobre dois dos três tanques por onde escoa com temperatura alternada.
O tanque maior servia de piscina natural para alegria dos grupos que costumavam
visitar o local.
"A
piscina que recebe a água que sai das fontes, hoje, não serve nem para matar a
sede", lamenta Francisco Alves Carneiro, morador do município de
forquilha, que costumava visitar o local.
"Dá
pena ver uma estrutura dessas abandonada, sem utilidade". As trilhas, que
se abrem por entre os arbustos, e percorrem o espaço, próximo aos tanques, levam
a
uma
estrutura de alvenaria que chama atenção. No meio do Semiárido, entre rochas e
mandacarus, se ergue um complexo turístico, formado por sete chalés, equipados
com cozinha e banheiro; restaurante, área para festas, uma cocheira para
animais de passeio; além de uma piscina para adultos e duas para crianças. No
complexo, que sofre a inevitável ação do tempo, não há serviço de vigilância.
Por
falta de lâmpadas nos postes, à noite, tudo fica em completa escuridão. Os
portões de ferro dos chalés estão enferrujados; ao redor, o mato avança próximo
às casas que pertencem à chamada estância termo-hídrica- mineral, que nunca
chegou a funcionar, assim como as piscinas, já depredadas.
Revitalização
"Este
projeto esteve, por muito tempo, paralisado, mas desde o fim do ano passado,
diversas reuniões têm sido realizadas, com o intuito de criar mecanismos para a
revitalização daquele complexo, que deverá ser transformado, ainda neste ano,
num local de visitação pública, já considerado como Patrimônio Natural de
Sobral", afirma
Francisco
Ávila, assessor de Educação Ambiental da Agência Municipal do Meio Ambiente
(AMMA), órgão responsável pelo espaço.
Bruno
Ary, diretor de Parques, Jardins e Unidades de Conservação do Município, já
divulga a criação de um Centro de Visitantes, com mapa interativo, interligando
o Olho d'água do Pajé a outros atrativos naturais da região de Taperuaba, como
o Refúgio de Vida Silvestre Pedra da Andorinha.
Parceria
Ainda
neste ano, importantes mudanças devem ocorrer. "Nesse momento, não há
atividade realizada naquela área, mas o projeto, que prevê uma parceria
público-privada para administrar os chalés, também planeja o início dos
trabalhos de revitalização, ainda nos primeiros meses deste ano", adianta Bruno
Ary.
Enquete
O
que você acha da situação atual?
"Quando
começaram a construir, pensamos que serviria para atrair pessoas e criar
emprego, mas nada disso aconteceu. A piscina foi construída e não passou disso.
O restante da obra está parado há muitos anos" Anderson Rodrigues Paiva Agricultor
"Eu
fico muito triste por essa situação. Essa fonte é um benefício, não só para os
moradores, mas também àqueles que passam por aqui. Os chalés nunca funcionaram
de verdade. O dinheiro investido está se acabando"
Francisco
Gomes de Sousa
Aposentado
Fonte:
Diário do Nordeste