Números atualizados do Comitê Cearense pela
Prevenção de Homicídios na Adolescência mostram 709 mortes de jovens em todo o
Ceará, até setembro deste ano.
Cresceu em 71% o número de casos de homicídio de
crianças e jovens no Ceará, com idade entre 10 e 19 anos, no primeiro semestre
de 2017 em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados são do relatório
epidemiológico desenvolvido pelo Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios
na Adolescência (CCPHA), divulgado nesta segunda-feira (13), na Assembleia
Legislativa.
Números mais atualizados do comitê revelam o
assassinato de 709 jovens, registradas em todo o Ceará. Somente em Fortaleza,
no mesmo período, 293 crianças e adolescentes entre 10 e 19 anos foram
assassinados. Em Maracanaú, foram 43 homicídios nesta faixa etária.
O estudo mostra também o que o Índice de Homicídios
do Ceará (IHA), que calcula o número de assassinatos em proporção à população,
o Ceará é o estado mais violento do país, com 8,71 mortes de jovens para cada
100 mil habitantes.
Na capital, o caso mais recente foi registrado na
madrugada desta segunda (13), quando quatro adolescentes foram assassinados
após serem retirados por um grupo armado de dentro do Centro de Semiliberdade
Mártir Francisca, no Bairro Sapiranga. Segundo o juiz Manoel Clístenes, titular
da 5ª Vara da Infância e da Juventude de Fortaleza, o grupo invadiu o centro,
retirou os internos e cometeu os assassinatos.
Ainda segundo o relatório, Fortaleza, Caucaia e
Maracanaú estão entre as cidades mais violentas do país.
Ameaças
Segundo o juiz, os jovens haviam recebido ameaças
de morte por membros de uma facção criminosa que atua no bairro onde o centro
está localizado.
O titular da 5ª Vara da Infância e Juventude
informou que diversos internos haviam relatado que poderia acontecer uma
invasão. Segundo Clístenes, alguns internos que moravam em outros bairros
precisaram ser liberados por não haver condições de permanência na unidade
socioeducacional.
A Vara da Infância e da Juventude chegou a
comunicar o caso à direção do centro, mas não foram tomadas ações para evitar
um possível conflito, segundo o juiz.
O G1 entrou em contato com o Centro de
Semiliberdade Mártir Francisca, mas a direção não repassou informações sobre o
ocorrido.
Fonte: G1-CE