Em tom de ironia, o
presidenciável Ciro Gomes (PDT) devolveu o “afago” do ex-aliado, senador Tasso
Jereissati (PSDB), e partiu para o contra-ataque a menos de um ano da eleição
estadual. O ex-ministro respondeu ontem a fala do tucano ao dizer que “essa oligarquia
precisa ser banida do Ceará”.
A referência do pedetista,
no entanto, não era em relação à sua família, como apontou o parlamentar do
PSDB, e sim à “oligarquia” que seria liderada pelo ex-governador.
Durante convenção estadual
do PSDB, na manhã de ontem, o senador Tasso criticou pela primeira vez o
governador Camilo Santana (PT), com quem já havia trocado elogios publicamente
– chegou a dizer que o petista tinha “jeitão de tucano” -, ao afirmar que o
governo estadual era comandado pela “oligarquia” dos Ferreira Gomes.
“O governo (Camilo) é
mandado pela oligarquia dos Ferreira Gomes. Não devemos temer a luta. Está na
hora da gente mudar”, disse Tasso ao negar mais uma vez ser candidato ao
Executivo no ano que vem.
“É uma oligarquia bem
interessante que os sociólogos deveriam estudar. É uma oligarquia que é dona de
uma rede de shopping center do País, que tem R$ 100 milhões de créditos no
Banco do Nordeste, é uma oligarquia que tem televisão em Fortaleza, rádio,
jornal, portal de internet… É a oligarquia que tem o senador mais rico do País
com patrimônio declarado”, rebateu Ciro, durante evento da Frente em Defesa da
Soberania Nacional, realizado na Assembleia Legislativa.
Ainda respondendo
questionamento do O POVO sobre as críticas do senador do PSDB, o irmão do
ex-governador Cid Gomes (PDT) relembrou ainda o histórico tucano no Ceará
durante as gestões do ex-aliado Tasso.
“O Banco do Estado do
Ceará (BEC) foi destruído pela oligarquia dos Ferreira Gomes que entregou o
dinheiro pros amigos, e os amigos não pagaram e quebraram o banco. Essa
oligarquia precisa ser banida do Ceará”, voltou a ironizar o ex-ministro Ciro.
É o segundo embate entre
Tasso e Ciro em menos de um mês. Na convenção estadual do PDT, no dia 12 do mês
passado, Ciro chegou a chamar o ex-padrinho político de “traidor” ao criticar o
ensaio de uma possível candidatura do tucano ao Executivo em disputa com o
governador Camilo.
A troca de farpas entre os
ex-aliados acontece em meio a incertezas sobre a situação da oposição cearense
no ano que vem.
Enfraquecidas, as
lideranças opositoras ao governador depositavam em Tasso a esperança de montar
um palanque competitivo para 2018, o que pode não ocorrer com as sucessivas
recusas do senador.
(O POVO)