O
corretor Lúcio Bolonha Funaro afirmou ao juiz Vallisnney de Souza Oliveira, da
10ª Vara Federal, em Brasília, que o presidente Michel Temer, o ministro da
Secretaria Geral da Presidência, Moreira Franco, e o ex-deputado Eduardo Cunha
teriam recebido parte da propina paga por uma empresa de energia do grupo
Bertin, que atua no setor de proteína animal.
O
interrogatório de Funaro é no âmbito a ação penal derivada da operação Sépsis,
que investiga a atuação de integrantes do grupo político do PMDB da Câmara na
vice-presidência de Fundos e Loteria da Caixa. Além do corretor e de Cunha são
réus no processo o ex-deputado Henrique Eduardo Alves, o ex-vice-presidente da
Caixa Fabio Cleto e o ex-sócio de Cleto, Alexandre Margotto.
Segundo
Funaro, Temer teria recebido de forma indireta por meio de uma doação oficial
ao PMDB na campanha de 2010. Na disputa, o peemedebista era o candidato a
vice-presidente na chapa de Dilma Rousseff.
"Se
não me engano, Eduardo Cunha ficou com R$ 1 milhão; R$ 2 milhões foram
destinados ao presidente Michel Temer", afirmou Funaro. Sobre Moreira
Franco, o delator afirmou ter certeza que ele recebeu parte desse dinheiro
proveniente do Bertin.
Ainda
de acordo com o delator, em 2010, Moreira Franco teria deixado o cargo que
ocupava na Caixa para exercer a função de "tesoureiro de propina"
para Temer.
Vampeta
Além
dos repasses para Temer, Funaro citou vários pagamentos efetuados ao
ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha. Segundo o delator, desde 2003, quando
começou sua relação com Cunha, ele comprou carros e pagou a compra de um
apartamento para o ex-deputado. O imóvel teria sido adquirido do ex-jogador do
Corinthians, Vampeta. "Paguei com cheque de uma empresa minha",
afirmou Funaro.
O
jornal O Estado de S. Paulo procurou a Secretaria de Comunicação do Palácio do
Planalto (Secom), mas ainda não houve resposta oficial sobre as acusações de
Funaro contra o presidente Temer e o ministro Moreira Franco.
Agência
Estado