Pesquisadores fizeram testes em camundongos e
tiveram uma resposta imune de 100%, de acordo com o artigo.
Como uma estratégia para uma produção mais barata,
um grupo de pesquisadores conseguiu criar uma vacina contra o vírus da zika que
usa como base as folhas de tabaco. Os resultados foram publicados no periódico
"Scientific Reports", ligado à revista "Nature", nesta
quarta-feira (9).
O cientista Qiang "Shawn" Chen liderou a
equipe da Universidade do Estado do Arizona. Em parceria com outros
pesquisadores, ele trabalhou na última década em vários projetos para usar
plantas como base de vacinas e terapias no combate aos flavivírus, como a febre
do Nilo e a dengue.
Essa primeira vacina contra a zika com base em
tabaco usa uma proteína-chave que "envelopa" o vírus, chamada DIII.
Ela tem uma parte que é exclusiva do vírus da zika. A ideia é inserir esta
parte em uma vacina que seja aplicada e gere os anticorpos contra a doença.
Para isso, os pesquisadores desenvolveram a
proteína DIII em bactérias e depois a inseriram nas folhas de tabaco. Mas por
que isso? Com o crescimento das folhas, a extração é maior e mais barata.
Os resultados
Depois de ter material suficiente, eles usaram as
plantas e produziram uma vacina. Os testes foram feitos em camundongos, que
receberam uma dose e apresentaram uma proteção de 100% contra vários tipos do
vírus da zika, de acordo com o artigo.
"Nossa vacina oferece uma segurança aprimorada
e reduz potencialmente os custos de produção mais que qualquer outra
alternativa atual, com uma eficácia equivalente", disse Chen.
O mecanismo utilizado por Chen para a criação de
uma vacina que usa como base de produção uma planta é o mesmo criado por outro
cientista pioneiro em pesquisas do tipo, Charles Arntzen, também da
Universidade do Estado do Arizona.
Arntzen incluiu plantas-base no desenvolvimento do
ZMapp, tratamento experimental usado durante o último surto do Ebola. Em 2011,
ele já havia desenvolvido uma vacina do mesmo tipo contra a doença que afetou a
África, com folhas de tabaco.
Há uma corrida para a fabricação de uma vacina
contra o vírus da zika, que já atingiu milhares de pessoas ao redor do mundo e
causou mais de 4 mil notificações de malformações em bebês no Brasil.
Atualmente, no entanto, não há o registro de uma vacina licenciada disponível
para o combate do vírus.
Fonte: G1-CE