A
entidade lamenta que o policial já está sendo julgado pela opinião pública sem
direito de defesa
O
caso da mulher que foi agredida por um policial militar em vídeo divulgado no
último domingo (30), na Avenida Beira-Mar está causando grande repercussão e
polêmica em relação a postura do policial. Nesta quarta-feira (3), a Associação
dos Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do
Ceará (Assof) emitiu uma nota nas redes sociais falando sobre a investigação do
caso e em defesa do profissional militar.
Na
nota, a associação reconhece o fato e que as investigações do ocorrido já
aconteceram, porém critica o fato que o policial já está sendo julgado pela
opinião pública, e que o profissional não teve direito de defesa.
Ocorre
que desde o momento em que um recorte da ocorrência (vídeo) “viralizou” nas
redes sociais, uma infinidade de “juízes virtuais” passou a julgar sumariamente
não só a AÇÃO/CONDUTA do policial, mas execrar e demonizar a PESSOA do
policial, ferindo sua imagem, sua honra, sua família e todo o seu histórico
profissional positivo, bem como adotando a tola ideia da generalização, ferindo
gravemente a todos os membros de uma instituição que atua há quase 200 anos na
defesa do povo cearense. E isso nós não podemos aceitar inertes. A razão de ser
do Princípio da Presunção de Inocência, previsto no art. 5º da Constituição
Federal de 1988(ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de
sentença penal condenatória) é evitar o prejulgamento, o juízo de valor
antecipado proferido sem uma apuração prévia e minuciosa de todos os fatos e em
busca da verdade real. A condenação prévia, lastreada numa antecipação de
culpabilidade, apenas e tão somente por ser o acusado um policial militar,
significa tratá-lo como inimigo e ceifar-lhe o direito de defesa, numa
demonstração cabal de execrável imputação objetiva”, diz o início da nota.]
A
associação reitera ainda que em 15 anos de prestações de serviços o policial
sempre teve uma conduta profissional.
“Afirmamos,
sem qualquer receio, que o Capitão PM, suposto “agressor”, por suas cotidianas
condutas em seus quase 15 anos de atividade policial, é um excelente profissional.
Oficial jovem, probo, trabalhador, inteligente, muito bem conceituado por seus
superiores, exemplo para seus pares e bastante respeitado por seus
subordinados. É cidadão ativo nas transformações sociais, participando há anos
de projetos sociais que objetivam prevenir a entrada e resgatar jovens carentes
do mundo do crime. Ele não é, nem somos nós, super-heróis. Há um ser humano sob
aquele uniforme. Essa é nossa natureza e ela nos sujeita a falhas. Uma única
conduta falha, se assim for decidido pelas autoridades competentes, não deve
desabonar toda uma história de bons serviços prestados”, segue a nota.
Na
última terça-feira (2), o secretário de Segurança Pública e Defesa Social do
Ceará, o delegado André Costa, comentou nas redes sociais sobre que os
policiais são treinados para servir e proteger a população.
“Peço
que não tratem a exceção como regra. Vamos aguardar a devida apuração do caso,
que será tratada com independência e buscando a verdade. A Polícia Cearense
continua firme na missão de defender os cidadãos e buscar uma maior aproximação
com a população, pois todos nós somos responsáveis pela segurança pública”,
publicou.
Relembre
o caso
Um
vídeo que mostra a agressão de um policial a uma mulher repercutiu na internet.
As imagens, divulgadas no domingo (30), mostram uma discussão entre uma mulher
e um policial, que acabou em um tapa na cara, na Avenida Beira Mar, em
Fortaleza. O vídeo mostra uma mulher, com roupas de esporte e tênis, falando
com um policial. É quando o policial acerta um tapa na mulher e manda ela falar
baixo. Outro policial chega mais próximo e afasta a mulher, até que ela decide
ir embora.
A
Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou, por meio de
nota, que o caso está sendo apurado e que o policial agressor foi afastado de
suas funções e se apresentará no Quartel do Comando Geral (QCG), nesta
terça-feira (2). Ainda ressaltou que não compactua com nenhum tipo de violência
e não apoia ações excessivas por parte de seus servidores.
Fonte:
Tribuna do Ceará