O
terrorista é palestino, da cidade de Nablus no norte na Cisjordânia e, segundo
relato de um recepcionista do hotel, teria dito que "queria matar um
judeu"
Tel
Aviv - O hotel onde está hospedada uma comitiva de cearenses, que está a
trabalho em Israel, foi palco de um atentado terrorista, na tarde desse
domingo, 23. Quatro pessoas ficaram levemente feridas, sendo três turistas e um
funcionário do hotel. A delegação do Ceará inclui, entre outros, o deputado
estadual Carlos Matos, o reitor da UECE, Jackson Sampaio, o reitor da UVA,
Fabiano Carvalho, o vice-reitor da URCA, Francisco Júnior, a pró-reitora da
extensão da UFC, Márcia Tavares, o pró-reitor do IFCE, Wally Menezes, os
executivos do Banco do Nordeste Eduardo Gaspar e Luiz Esteves e o
vice-presidente do Grupo de Comunicação O POVO, Dummar Neto. Nenhum membro da
comitiva foi atingido.
Por
volta das 14h e 30min, um homem de 18 anos entrou desarmado no Leonardo Beach
Hotel, que fica numa movimentada zona turística, à beira do Mar Mediterrâneo.
Dirigiu-se tranquilamente à recepção, apanhou um grampeador de papel, entrou na
loja de conveniência e agrediu um casal de turistas com o objeto. Câmeras
internas flagraram a ação, que foi considerada "um incidente relacionado
ao terrorismo" pelas autoridades israelenses.
Na
fuga, um funcionário do hotel tenta imobilizar o agressor, mas também é atacado
e ferido. O marido da mulher atacada consegue em seguida mobilizar o
terrorista, que é preso momentos depois pela polícia, após quebrar a porta de
vidro do Hotel. Uma das vítimas, Jacqueline Wingerover, de 50 anos, e seu
marido, de 70, ficaram levemente feridos. Outro homem, de também 70 anos,
sofreu golpes do agressor no atentado.
O
terrorista é palestino, da cidade de Nablus no norte na Cisjordânia e, segundo
relato de um recepcionista do hotel, teria dito que "queria matar um
judeu". A imprensa local divulga a versão de que ele havia recebido uma
autorização especial de entrada no país, por meio de um programa que permite o
acesso temporário de palestinos em Israel, como parte do esforço para reduzir a
tensão entre árabes e judeus.
Da
comitiva cearense participam representantes de governos, BNB, universidades,
empresários e imprensa. O objetivo é promover a integração entre os dois
países, com foco na gestão de recursos hídricos, inovação e aceleração de
startups, que são empresas iniciantes. A rapidez da operação policial e a
aparente tranquilidade dos funcionários do hotel fez com que a comitiva de
cearenses nem percebesse o incidente. Parte do grupo havia chegado ao hotel
momentos depois do ataque.
Recepcionista
do hotel, o ucraniano Oleg Yokrvedson, de 60 anos, demonstrava calma e disse
aceitar o fato como "corriqueiro". Ele vive em Jerusalém e conta que
já viu de perto muitos, até casos mais graves, anteriormente. "Esse rapaz
deve pagar de 15 a 20 anos de cadeia e certamente vai virar um herói em sua
comunidade", comenta indiferente. O ataque aconteceu na véspera do Dia do
Holocausto, quando os judeus prestam homenagens às vítimas da segunda guerra
mundial.
Segundo
Eduardo Gaspar, do Banco do Nordeste e um dos organizadores da missão cearense,
o fato não deve atrapalhar os trabalhos do grupo, que seguirá a programação
estabelecida até o próximo dia 28. Ainda devem se juntar à delegação o
secretário de Planejamento do Estado, Maia Junior, o secretário adjunto da
Secitece, Francisco Carvalho, e o Presidente do BNB, Marcos Holanda.
As
vítimas do atentado foram socorridas no local pelo serviço de urgência médica,
encaminhadas para o Ichilov Hospital e liberadas. Desde 2015, cresce o número
de ataques de palestinos motivados pela chamada "intifada dos lobos
solitários". Pessoas que não têm relação direta com grupos terroristas e
agem por conta própria, se utilizando geralmente de facas e outras armas
brancas. Neste período, já foram mortos 41 israelenses, três turistas
estrangeiros e 250 palestinos.
Especial para O POVO
Online, Luiz Viana de Tel Aviv