A crise hídrica no Ceará ganha novo contorno, já que o Castanhão é
responsável pelo abastecimento de Fortaleza
O Orós, segundo maior açude o Ceará, está com volume de apenas 9,87%
nesse início de quadra chuvosa, uma situação crítica. Com isso pode suspender o
abastecimento ao açude Castanhão, o maior do Estado, responsável pelo
abastecimento de Fortaleza, Região Metropolitana e Vale do Jaguaribe.
A decisão acontecerá na próxima quinta-feira (9), em Limoeiro do Norte,
na reunião do Comitê de Bacias Hidrográficas do Ceará. Lá, irão se reunir para
saber qual será o destino do Orós e consequentemente do Açude Castanhão e o
abastecimento para a Capital e a RMF.
O Castanhão está com o volume de 5,28% e o Banabuiú, terceiro maior do
Ceará, com apenas 0,59%, situações consideradas críticas pela companhia.
De acordo com o Portal Hidrológico, mesmo com as chuvas do início do
ano, os reservatórios estão apenas com o nível médio de capacidade. Com essa
suspensão, o Orós agora deve acumular mais recargas de águas ao longo da quadra
chuvosa deste ano.
Há dois meses, o açude Cedro estava totalmente seco e com mais de 400
tartarugas mortas. Mas neste fim de semana o açude passou a ter água após as
primeiras chuvas na região em 2017.
Os açudes Maranguapinho, no município de Maranguape, e o açude
Caldeirões, em Saboeiro, já sangraram e estão operando com volume total de
armazenamento hídrico.
Veja o histórico dos últimos anos do Orós:
2011:
Cota: 198.34 mm
Ganho: 1.166.8 mm
Sangria: 1.06 m
2012:
Cota: 198.33 mm
Perca: 490,4 mm no ano
2013:
Cota: 193.39 mm
Perca: 675,1 mm no ano
2014:
Cota: 193.01
Perca: 543,34 mm no ano
2015:
Cota: 189.79
Perca: 592,7 mm no ano
2016:
Cota: 185.97 mm
Perca: 168,6 mm no ano
Fonte: Tribuna do Ceará