Com a decisão, os depoimentos deverão começar nesta
terça-feira e homologação não deverá atrasar tanto quanto se imaginava
A ministra Cármem Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal,
autorizou os juízes auxiliares de Teori Zavaski a darem andamento aos trabalhos
da Operação Lava Jato, interrompidos após a morte do ministro na semana
passada. A decisão foi tomada durante o recesso da suprema corte dada a
urgência do tema.
Ainda nesta terça-feira, 24, serão iniciados os depoimentos de homologação do
acordo de delação premiada dos 77 executivos da Odebrecht. Pelo menos dois
delatores foram convocados para prestar depoimento.
O ministro Teori Zavascki era relator da Lava Jato e trabalhava durante o
recesso nas 77 delações da Odebrecht que se encontram em seu gabinete e estavam
prestes a ser homologadas, isto é, a serem validadas como prova.
Teori já havia autorizado que seus juízes auxiliares começassem, esta semana, a
ouvir os delatores para saber se eles prestaram de livre e espontânea vontade
as informações que constam nos mais de 800 depoimentos colhidos pelo Ministério
Público Federal (MPF). Esta é uma etapa formal do processo.
A ministra Cármen Lúcia passou boa parta de tarde desta segunda-feira, 24, no
gabinete de Teori Zavascki, onde conversou com os juízes auxiliares do
ministro. Devido ao sigilo dos processos, não é possível saber se a autorização
para que os depoimentos sejam retomados diz respeito a uma delação específica
ou a todas.
Na ocasião, ela recebeu em seu gabinete o procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, a quem cabe solicitar urgência na apreciação das delações da
Lava Jato. Durante o recesso do Judiciário, Cármen Lúcia pode autorizar atos
emergenciais em processos que tramitam no STF.
Há uma grande expectativa da sociedade e, principalmente, da classe política em
relação às delações de executivos da Odebrecht, pois segundo informações
vazadas anteriormente, dezenas de políticos em exercício são citados como envolvidos
no mega esquema de corrupção da Petrobras.
Fonte: Agência Brasil