Em meio aos altos índices de criminalidade no
Ceará, a categoria critica baixo efetivo de policiais e falta de estrutura
Os policiais civis do Estado do Ceará possuem o
pior salário do Nordeste e o terceiro pior do Brasil, de acordo com o Sindicado
dos Policiais Civis do Estado (Sinpol). Esse tem sido um dos principais motivos
do aumento significativo dos pedidos de exoneração do cargo nos últimos anos.
Desde 2013, de 600 a 700 policiais deixaram a corporação em busca de melhores
posições no mercado de trabalho.
É a denúncia da vice-presidente do Sinpol, Ana
Paula Cavalcante, que afirmou em entrevista ao programa Jornal Jangadeiro, da
TV Jangadeiro/SBT que o baixo efetivo da polícia tem ocasionado problemas
significativos à população.
“Na década de 1980 nós tínhamos mais ou menos o
dobro do efetivo. A população cearense era a metade e nós tínhamos o dobro.
Hoje, lamentavelmente, é com muita vergonha que eu digo que o cidadão está
certo quando ele diz que registra o Boletim de Otário, porque nós não temos
efetivo para investigar a enorme quantidade de Boletins de Ocorrência. Na
verdade, nós temos que escolher o que será investigado”, enfatizou.
Ainda segundo a representante da categoria, a falta
de estrutura para o exercício profissional dos policiais também é uma
preocupação constante.
“Não restam dúvidas que boas turmas de policiais
tenham sido formadas nos últimos anos, mas quando o policial civil vem
vivenciar o cotidiano é difícil nós o segurarmos. Para você ter uma ideia, nós
não recebemos sequer munição no ano de 2016. Além de tudo isso, ainda existe a
questão da condição salarial, que é vexatória. O estado do Piauí, que é um dos
piores PIBs do Brasil, paga o dobro do Ceará”, concluiu.
Em nota, a Polícia Civil informou que seu atual efetivo
da corporação é de 3.101 profissionais, entre delegados, escrivães e
inspetores. No início de 2016 até hoje, 24 profissionais se aposentaram e 46
pediram exoneração dos seus cargos.
No início de dezembro do ano passado, o governador
do Estado, Camilo Santana (PT), nomeou 255 policiais civis, sendo 65 delegados,
105 escrivães e 85 inspetores. Eles foram a segunda turma chamada dos 703
candidatos aprovados no concurso de 2015. A previsão é de que a terceira turma
seja nomeada no primeiro trimestre de 2017.
Veja a reportagem da TV Jangadeiro/SBT: