Os dados e uma série de recomendações foram divulgados nesta
quarta-feira (14), na Assembleia Legislativa. A pesquisa aponta que a maior
parte de adolescentes vítimas de homicídios no Ceará são do sexo masculino e
69% são pardos ou negros.
O estudo foi realizado durante um ano,
pelo Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência. Foram
ouvidos 224 familiares, de Fortaleza, Juazeiro do Norte, Sobral, Maracanaú,
Caucaia, Horizonte e Eusébio.
O deputado estadual Renato Roseno
(Psol), relator do Comitê, destaca algumas das recomendações entregues ao
estado.
“Qualificação urbana, portanto
melhorar os territórios, melhorar o sistema de proteção social, as cuidadoras,
em especial tem uma vulnerabilidade da própria família, em especial de uma
mulher jovem da classe trabalhadora responsável também por esse adolescente.
Terceiro, nós temos que ter um sistema de notificação de banco de dados que
possa, de fato, dialogar entre saúde, segurança pública e assistência social.
Nós temos que investir em imediação de conflitos e , sobretudo, permitir a esse
jovem equipamentos sociais nos seus territórios”, esclarece
o deputado em entrevista à Tribuna Band News FM.
Os dados da Secretaria de Segurança também impressionam. Ano passado,
foram 816 pessoas, entre 10 e 19 anos de idade, assassinadas no Ceará. Em
Fortaleza foram 387 casos nesta mesma faixa etária.
Um dos motivos da vulnerabilidade nas
áreas estudadas é a sensação de impunidade aos crimes cometidos, explica o
coordenador da pesquisa, Thiago Holanda. “A gente tem um nível de impunidade
muito alto no estado. O comitê levantou 1.524 processos de homicídios de
adolescentes em cinco anos, só 2,8% tiveram responsabilização”, ressalta
Thiago.
Para o Coordenador do Núcleo de
Atenção aos Jovens em Conflito com a Lei, da Defensoria Pública, Davi Rolim, o
mais impactante do relatório é constatar o abandono escolar encontrado nos
casos de homicídios desses jovens.
A proposta é de criar 18 comitês para
fiscalizar as recomendações.
Fonte: Tribuna do Ceará