segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Limite de tempo no rotativo é alívio ao consumidor

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A taxa de juros do rotativo do cartão de crédito chegou ao recorde de 482,1% ao ano, em novembro. O Banco Central (BC) informa que a taxa subiu 6,3 pontos percentuais em relação a outubro e foi a maior da série histórica iniciada em março de 2011. Para aliviar essa taxa exorbitante, um dos principais empecilhos para que as famílias reduzam o endividamento, o Governo vai, a partir de 2017, limitar a permanência do cliente no rotativo do cartão de crédito por 30 dias, com parcelamento automático da dívida. É como sair de uma taxa de 482,1%, incidente sobre o rotativo, para 155%, referente ao parcelado.

Especialistas afirmam que a medida ajuda, mas não resolve. Entendem que para baixar os juros do cartão, o Governo precisa fazer mais. Entre outras ações o economista, professor e conselheiro do Conselho Federal de Economia (Cofecon), José Luiz Pagnussat, cita a queda da taxa básica de juros e o afrouxamento monetário via oferta de moeda e crédito.

O consultor Financeiro Pessoal, Kleber Rebouças, destaca que o parcelamento automático do crédito rotativo, como anunciado, ameniza, mas não resolve a questão do endividamento com cartão de crédito. Explica que mesmo com o parcelamento da forma proposta, o juro cobrado para financiamento via cartão de crédito ainda será o mais alto do mercado.

“Não tem segredo. A solução para qualquer endividamento é gastar menos do que se ganha”, comenta Kleber, acrescentando que se o cidadão já está endividado, ele pode analisar o uso de outras formas de dívida, com um Custo Efetivo Total mais barato para quitar a mais cara. “Mas não vale se endividar novamente na modalidade anterior porque, a situação pode ficar insustentável”.

Na opinião do consultor financeiro, entre as medidas anunciadas a que mais trará benefício ao cidadão é a permissão para que o lojista cobre mais barato em caso de pagamentos em dinheiro. “A lógica é simples: financiar o consumo tem um custo. Comprar com cartão é uma forma de financiamento do consumo”, explica.

Adianta que se for exigido que o lojista cobre o mesmo preço para as duas modalidades, compra no cartão e à vista em espécie, fica claro que quem paga em espécie será prejudicado porque ao invés de reduzir o preço da venda no cartão para o preço à vista o lojista fará o movimento inverso.

A limitação de 30 dias no rotativo foi anunciada na última quinta-feira. Mas a medida ainda será implementada e poderá reduzir pela metade a taxa de juros do cartão de crédito, a partir do fim do primeiro trimestre de 2017, segundo previsão do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, disse que é preciso aguardar uma melhor definição das medidas para avaliar o feito na redução dos juros. “A expectativa é que as medidas tragam maior racionalização do uso do cartão de crédito e com isso redução de custos”.

Saiba mais
O Governo Federal anunciou na última quinta-feira, medidas para tentar uma reação da economia à recessão. Antecipou a liberação dos saques do FGTS para cerca de 10 milhões de pessoas, prometeu a redução dos juros do cartão - ambas com efeito em 2017 - e prorrogou por mais um ano o Programa de Proteção ao Emprego (PPE), renomeado para Programa Seguro-Emprego (PSE).

Também anunciou o envio ao Congresso, no ano que vem, de uma reforma mais ampla das regras trabalhistas.

Pela proposta do Governo, as instituições financeiras poderão oferecer um prazo máximo de 30 dias no pagamento rotativo do cartão de crédito, transformando a operação automaticamente em crédito parcelado.

Em relação ao cartão de crédito já haviam sido anunciadas outras ações no pacote de medidas microeconômicas.


Entre elas, está a de permitir a diferenciação de preço entre os diferentes tipos de meios de pagamento.

Fonte: O Povo 
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