Afastada definitivamente
em agosto, Dilma concedeu entrevista em um hotel em Porto Alegre, onde reside
desde que saiu do Palácio da Alvorada
Afastada em maio de 2016
da Presidência da República, Dilma Rousseff foi eleita uma das Mulheres do Ano
pelo Financial Times. Em entrevista ao jornal britânico, a ex-presidente
afirmou que uma autoridade mulher é chamada de "dura", enquanto um homem
é considerado "forte". A "primeira mulher presidente do maior
país da América Latina" disse ainda que o governo à frente do País hoje é
formado por "velhos brancos ricos ou, pelo menos, daqueles que querem ser
ricos". As informações são do Estadão.
Além de Dilma, o jornal
entrevistou também a primeira-ministra britânica, Theresa May; Simone Biles,
considerada a maior ginasta de todos os tempos; a escritora e apresentadora de
TV britânica do ramo de culinária Mary Berry, dentre outras personalidades. As
entrevistas fazem parte de uma série de perfis exibidos pela publicação nesta
quinta-feira, 8.
A entrevista com Dilma já
começa com uma avaliação em relação ao período do afastamento. "Para uma
mulher que acabou de suportar um duro período de seis meses de julgamento
político, que resultou em seu impeachment, a ex-presidente brasileira Dilma
Rousseff parece incrivelmente relaxada", afirmou o chefe da sucursal do FT
no Brasil, Joe Leahy. A entrevista foi concedida em um hotel em Porto Alegre.
Aos 68 anos, Dilma enfatizou
que andar de bicileta é sua mais nova paixão. Ela adquiriu o hobby quando
estava no Palácio do Planalto e agora pratica regularmente na capital gaúcha.
"O lado sério de Dilma – uma ex-guerrilheira marxista que conquistou o
cargo em 2010 com o apoio do que era então um dos movimentos operários mais
bem-sucedidos do mundo, o PT, nunca está longe, no entanto".
A reportagem explica que,
mesmo tendo sido afastada em maio, só deixou o cargo definitvamente em agosto.
Ela foi considerada pelo Senado culpada por manobras fiscais para estimular a
economia e disfarçar o pior do déficit orçamentário visto no Estado.
"Eu acho que a
oligarquia tradicional brasileira ficou chateada com essa pequena
(redistribuição da riqueza)", disse Dilma. "Após séculos de exclusão,
este foi um esforço muito pequeno na inclusão. Não foi fantástico; precisa ser
muito mais do que o que fizemos".
Fonte: O POVO Online