A maior unidade prisional do Ceará iniciou as operações nesta
sexta-feira (11). O governador Camilo Santana inaugurou o Centro de Execução
Penal e Integração Social Vasco Damasceno Weyne (Cepis),
com capacidade para mais de mil internos e que vai agilizar o processo de
esvaziamento dos presos instalados nas delegacias.
Ao
todo, são 180 celas, contando também com seis
galpões para implantação de indústrias, seis salas de aula, salas de
atendimento aos familiares e internos, parlatório, duas quadras poliesportivas
cobertas e oito solários.
O
chefe do Executivo visitou todas as instalações do equipamento e disse
acreditar que a Cepis será referência no Brasil. “Graças ao trabalho e ao
esforço coletivo, já conseguimos diminuir consideravelmente o número de presos
nas delegacias. Agora, com esse equipamento, com capacidade para atender 1.016
presos, a tendência é zerar esse número até o fim do ano”, afirma.
“Isso
é algo histórico para o Ceará, fruto de uma série de ações, da parceria com
Audiência de Custódia, do aumento do número de tornozeleiras. E não queremos
apenas números, é importante olhar para o lado humano. E para isso é preciso
fortalecer os programas, as parcerias com as empresas que acreditam na
ressocialização do preso. Aqui ele vai estar na sala de aula, vai ser
capacitado para o mercado de trabalho, pois ele também merece uma oportunidade”,
complementa.
Com
mais de 13
mil metros quadrados de
área construída, o complexo é formado por área administrativa, área de saúde e
vivências, com capacidade para 1.016 internos. A obra foi financiada pelo Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pelo valor de R$
26,3 milhões, com contrapartida estadual de R$ 13,9 milhões. O
equipamento vai receber os presos que atualmente se encontram em unidades como
os Centros de Privação Provisória de Liberdade (CPPLs), que passarão a ter as
vagas preenchidas pelos detentos que estão nas delegacias.
O secretário da Justiça e Cidadania, Hélio Leitão,
ressalta que o equipamento vai ser fundamental para a melhor distribuição da
população carcerária do Ceará.
“Com a inauguração dessa unidade prisional vamos
iniciar o processo de esvaziamento dos presos que atualmente estão nas
delegacias do nosso Estado. É uma penitenciária, mas a intenção é torná-la uma
referência de trabalho e estudo”.
Além do destaque para o trabalho, a unidade conta
com uma novidade na organização profissional. O Cepis será a primeira unidade
do Estado com equipe de trabalho mista, contando com agentes
penitenciários masculinos e femininos atuando juntos.
Unidade voltada para o trabalho
O prédio possui seis galpões que
serão ocupados por empresas que levarão para as unidades oficinas de trabalho.
Dois deles já estão destinados à implantação da empresa de confecção D’Noite,
que produz roupas para dormir; e a Siker, empresa de artigos esportivos.
Além do trabalho, a Coordenação de Inclusão Social
do Preso e do Egresso da Sejus (Cispe) leva ao Cepis projetos de capacitação e
oficinas de produção dos projetos Mãos que Reciclam, Mãos Livres, Fabricando
Oportunidades e Vida que Segue. Ao todo, cerca de 600 internos serão
beneficiados com as oficinas de trabalho e de projetos variados, que vão da
confecção de bolas, pastas de material reciclado, até cadeira de rodas.
Educação
Quatro salas de aula têm capacidade para 160 alunos
do ensino fundamental e ensino médio. Neste setor, a unidade inicia ainda este
ano a execução do programa Primeiro Passo Jovem Bolsista, com 80 vagas
para cursos como eletricista e mecânica de motos voltados para jovens
entre 18 e 24 anos.
A unidade possui mais duas salas de aula que serão
utilizadas pelos projetos Instituto Mundo Melhor, que atua na área de
informática; e Livro Aberto, que incentiva a leitura e coordena a remição pela
leitura.
Fonte: Tribuna do Ceará