sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Cearenses criam urna eletrônica com materiais recicláveis que divulga votos instantaneamente

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Em período eleitoral, nada mais importante para crianças do que ensinar para que serve a eleição e como os adultos exercem a democracia. Foi com essa intenção que o colégio Carlos Lobo, em Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza, idealizou um projeto bem inovador.
Com o objetivo de promover a inclusão democrática e difundir os requisitos necessários para um processo eleitoral, a escola realizou uma eleição fictícia para prefeito no qual os candidatos e eleitores eram os próprios alunos.
Mas para ficar o mais parecido possível com as eleições tradicionais, era preciso adotar o ícone principal: a urna. Para isso, a instituição buscou o professor Sandro Jucá, do Instituto Federal do Ceará (IFCE). Com o auxílio dos bolsistas do curso de Bacharelado em Ciência da Computação Manuel Arthur e Hericson Araújo, os pesquisadores criaram uma urna eletrônica feita de materiais recicláveis. 
Assim como na tradicional, os votos deveriam ser computados. E foi assim que surgiu a novidade. Utilizando uma tecnologia de software livre com componentes eletrônicos, o professor e os alunos criaram um sistema que computa os votos em tempo real.
“O processo funciona da seguinte forma: urna eletrônica registra o voto do eleitor em um banco de dados local. Em seguida, a aplicação web pega estes dados e os salva em um banco de dados online”, explicou Sandro, que é o coordenador do projeto.
Conforme o professor, o projeto levou um mês para ser concluído e o resultado de toda a eleição é visto em tempo real. Os resultados são exibidos num site pré-definido. Assim que o aluno ou eleitor vota, o resultado do voto já fica na internet. Existe um chip, semelhante ao utilizado no cartão de crédito, que leva o voto para um banco de dados e registra.
“O resultado é visto imediatamente na internet. Então, elimina aquele processo do TRE de apuração de votos pós eleições”, conta.
Conforme Sandro, o objetivo da nova urna vai além de ensinar a cidadania nas escolas. “A intenção desse projeto é chamar a atenção das crianças para a tecnologia e passar a mensagem de que você pode criar o que precisar usando o que tem”, destaca o coordenador do projeto.
Ainda de acordo com Sandro, o custo de uma urna reciclável sairia mais de 100 vezes mais barato que a tradicional. “Nós gastamos cerca de R$ 300 para produzir essa urna. Uma comum custa em média R$ 100 mil. O problema é a parte comercial, ou seja, a licença do projeto, o sistema,  a produção, etc. O custo de um projeto não é só o material. As pessoas pensam que pagam pelo material e pronto, e não é bem assim”, disse.
O coordenador conclui que caso fosse adotada em uma eleição tradicional a urna necessitaria de um sistema de segurança mais complexo. “O nosso sistema requer todo um estudo de segurança. Existem outras aplicações que custam dinheiro que falta em nosso sistema. Para eleição básica o sistema, como na qual utilizamos, vale. Mas se for uma eleição séria, o projeto precisaria de um sistema de segurança mais complexo, que não consideramos devido as circunstância de ser um projeto piloto numa eleição fictícia. Contudo, nada impede que ela seja adotada, caso possua um sistema de segurança bem feito”, conclui o coordenador do projeto.

Fonte: Tribuna do Ceará
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