Celulares, tablets, computadores e videogames portáteis, enfim, um
verdadeiro mundo de equipamentos eletrônicos invadiu, nos últimos 20 anos, a
vida cotidiana de milhares de pessoas. Mas o que veio para facilitar, também é omotivador de uma série de doenças.
É verdade que os telefones celulares
são muito úteis para praticamente todas as nossas atividades, mas o uso
desmedido dos dispositivos pode trazer sérios problemas de saúde aos usuários.
Esse foi o tema da 38ª Jornada
Cearense de Psiquiatria, realizado pela Sociedade Cearense de Psiquiatria
(SOCEP). Em entrevista ao Tribuna do Ceará, a psiquiatra do
Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC) e uma das palestrantes sobre
Mídias Sociais e Saúde Mental no evento, Tatiana Pinho, afirmou haver
consequências sérias para quem utiliza excessivamente o celular.
“As consequências são diversas. Em
relação ao trabalho, a pessoa pode não fazer as coisas da mesma maneira, e isso
culminar até em demissão. No âmbito social, a pessoa pode dar mais atenção ao
celular, do que nas pessoas que estão próximas a ela, do mesmo jeito no campo
afetivo, que muitos casais discutem porque um deles sempre dá atenção mais ao
aparelho”, destacou.
Sintomas
De acordo com a especialista, pessoas
que sofrem de nomofobia – doença atribuída ao uso excessivo do celular – sofrem
sintomas de abstinência quando estão sem o aparelho. Medo, ansiedade e estresse
ao pensar em sair sem celular são indícios da dependência.
Os sintomas podem levar a outros efeitos colaterais,como tremores, sudorese, tontura, dificuldade em
respirar, náuseas, dor no peito, aceleração da frequência cardíaca.
Apesar de existir muitos dependentes
do aparelho, é difícil o próprio usuário se identificar como uma pessoa que usa
bastante o dispositivo. Conforme a psiquiatra, a pessoa que não consegue ficar
sem portar o celular já pode ser considerada dependente.
“Gente que fica conectada o dia todo,
mas quando não tem a internet móvel começa a suar, passar mal mesmo, e ter até
taquicardia, em casos mais extremos”, informou.
Tratamentos
Ainda segundo a psiquiatra, a
principal forma de tratamento para pessoas com essa doença é fazer com que ela
se ocupe com alguma atividade que não necessite de celular. “Os casos mais
extremos são tratados com ajudas de psicólogos. Mas também aconselhamos a fazer
outros tipos de atividades, como ir à academia, para sair desse mundo virtual e
do vício nas redes sociais”, concluiu.
Fonte: Tribuna do Ceará