quinta-feira, 29 de setembro de 2016

PF diz que venda de liminares no Ceará não parou durante investigação

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Mesmo com a Polícia Federal (PF) investigando a venda de liminares (principalmente em plantões judiciários) desde 2013, as negociações para livrar autores de crimes hediondos da prisão não teriam sido interrompidas. “Há indícios de que os ilícitos perduram até a atualidade”, afirmou o superintendente da PF, Delano Cerqueira Bunn. Ontem, três desembargadores e 14 advogados tiveram gabinetes e escritórios vasculhados por policiais e foram conduzidos de forma coercitiva para prestar depoimento na sede da PF. A Polícia havia pedido a prisão de todos esses investigados, mas a Justiça Federal não acatou o pedido. Dois dos desembargadores apontados na investigação, que ainda estão na ativa, também não foram afastados.


A suspeita de que o esquema criminoso não parou é embasada em provas coletadas na primeira fase da operação Expresso 150, deflagrada em junho do ano passado. Conforme o superintendente da PF, a certeza de impunidade por parte dos componentes do Judiciário possibilitou que as ilicitudes continuassem. “Alguns dos principais investigados confessaram. Desembargadores também. (Eles) Admitiram, mas é algo que ainda vai ser objeto de defesa deles”. Fase dois


Ontem, na fase dois da operação, intitulada Capuccino, 19 mandados de busca e apreensão e 24 de condução coercitiva foram cumpridos. Entre os desembargadores investigados, dois foram citados apenas nessa segunda fase. São suspeitas ainda outras sete pessoas, que, segundo a Polícia, seriam familiares e conhecidos dos desembargadores que negociavam diretamente com os advogados.


O inquérito que investiga os crimes é presidido pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Herman Benjamim, que expediu os mandados cumpridos ontem. Foram apreendidos R$ 6 mil na casa de um dos advogados investigados e as contas de um desembargador já aposentado e de outro advogado foram bloqueadas.


Habeas corpus
O superintendente da PF destacou que os valores dos habeas corpus (HC) podiam variar entre R$ 30 mil e R$ 150 mil. “Os HC foram principalmente para traficantes, homicídios, roubos e crimes hediondos de toda espécie. As evidências coletadas são firmes e plenamente aptas a caracterizar os atos de desvio de conduta e corrupção que vinham sendo manejados por parte de desembargadores em conluio com advogados”, resumiu o delegado Wellington Santiago. (colaboraram Domitila Andrade, Thaís Brito e Thiago Paiva).



Fonte: O Povo
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