Reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a principal
doença epidêmica que causa dependência física e psicológica, o tabagismo ainda
é um dos principais problemas de saúde que dissemina a população mundial. As
estatísticas da OMS apontam que mais de 5 milhões de mortes acontecem
todos os anos no mundo devido ao tabaco.
Nesta segunda-feira (29), é celebrado
o Dia Nacional de Combate ao Fumo. A data foi instituída há exatos 30 anos, com
a intenção de conscientizar a população sobre os malefícios do tabagismo.
Mesmo com uma série de informações e
com a queda brusca de usuários em todo o mundo, ainda é grande o número de
pessoas que consomem diariamente produtos derivados do tabaco.
Segundo o coordenador do grupo anti
tabagismo da medicina preventiva da Unimed Fortaleza, Flávio Mac Dowel, o
tabagismo é a principal causa de morte evitáveis do mundo. “Somente no Brasil
150 mil a 200 mil pessoas morrem por ano por doenças causadas pelo tabagismo.
Há uma tendência de diminuição devido uma serie de fatores. Uma delas é a
legislação contra o tabagismo, que proíbe a publicidade do tabaco. Mas vale
destacar que a morte por cigarro é a principal causa de morte evitável em todo
o planeta”, destacou.
Ainda conforme o médico, os malefícios
do tabagismo são inúmeros. “O consumo ocasiona um aumento de doenças
cardiovasculares, aumenta a possibilidade de câncer; não só de pulmão, mas
também de pâncreas, mama, laringe, faringe, etc. Além, claro, de doenças
pulmonares crônicas”, informou.
Consumo começa ainda na
adolescência
O coordenador destaca que muito dos consumidores de tabaco tornam-se
usuários ainda na adolescência. “A pessoa começa a fumar na adolescência ou
adulto muito jovem, 13 a 14 anos ou até os 19 anos. Geralmente, ele começa por
uma questão de auto afirmação ou influência de amigos. Mas vale destacar que a
indústria quer que a pessoa comece a fumar logo cedo, porque aí ela tem um
cliente pelos próximos 20 anos no mínimo”.
A exemplo disso está o professor
universitário Thiago Occiuzzi. Aos 14 anos de idade, o educador iniciou o
vício, que durou apenas três anos. “Iniciei a fumar muito novo e só parei
depois que perdi meu avô devido ao tabagismo. Depois que vi a situação dele,
percebi que não queria aquilo para a minha vida. Ficou muito marcante para
mim”, explicou.
Hoje, aos 37 anos, Thiago diz que,
para deixar o vício, é preciso gostar de si mesmo. “A primeira coisa é ter amor
a própria vida. Ver que tem muitos anos pela frente e que vai chegar uma hora
que a vida vai te dar um toque e você vai perceber o que está fazendo com o seu
próprio corpo”, concluiu.
Dicas
para parar de fumar
Entre as principais práticas para
parar de fumar indicadas por Flávio Mac Dowel, está a iniciativa própria.
Segundo o médico, é fundamental o próprio usuário querer parar. “É preciso que
ele fale pra si mesmo ‘eu quero parar’. Não é interessante ele iniciar um
processo desse nível por pressão de um parente ou amigo. Caso ele não consiga
por si só, então ela deve procurar um grupo de ajuda. Uma equipe
multidisciplinar pra ajuda-lo”, explicou.
Além de conversas e exemplos de
consequências do tabagismo, o coordenador afirma que em alguns casos é preciso
utilizar medicações específicas. “Alguns pacientes que procuram o grupo
necessitam de medicação. Essa avaliação é feita durante a convivência. Então
quando identificamos isso, é feita uma avaliação individual em cada
paciente”. O especialista também destaca que o tratamento a base de
medicação pode ser por meio de adesivo ou comprimido.
Mas, conforme o médico, o cigarro
eletrônico não é usado como medicamento terapêutico para cessar o tabagismo.
“Não recomendamos o cigarro eletrônico como um método para parar de fumar. Usar
o adesivo, a pastilha, a goma de mascar durante o dia são alguns dos métodos
importantes para cessar o vício, mas o cigarro eletrônico não é indicado”,
concluiu.
Fonte: Tribuna
do Ceará