Pesquisa da UFC testou pílula em melanoma em
animais.
Eficiência da pílula do câncer é 64%, abaixo do ciclofosfamida, de 93%.
Eficiência da pílula do câncer é 64%, abaixo do ciclofosfamida, de 93%.
Uma pesquisa do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos
(NPDM) da Universidade Federal do Ceará (UFC) com a fosfoetanolamina sobre o
melanoma em animais mostrou uma eficácia de redução de 64% sobre o crescimento
do tumor, índice inferior ao constatado com substância já utilizada em
tratamento de câncer. Os dados da pesquisa da "pílula do câncer"
foram divulgados nesta quarta-feira (17).
Segundo o
relatório, o melanoma é um dos tumores de pele mais agressivos, devido ao seu
elevado potencial metastático (quando o tumor se espalha pelo corpo) e sua
baixa resposta a terapia.
No estudo, a fosfoetanolamina foi administrada por via oral em cinco
grupos de 10 camundongos. Após a inoculação do tumor, o tratamento dos animais
foi feito por 16 dias consecutivos, com aplicação de 0,5 ml do composto em
doses de 200, 500 e 1.000 mg/kg de animal.
Além dessas,
outro grupo recebeu doses de soro fisiológico 0,9% (veículo usado para diluição
da fosfoetanolamina), como controle negativo, e um último recebeu
ciclofosfamida 25mg/kg, substância já utilizada em tratamento de câncer, como
controle positivo.
O estudo
concluiu que a fosfoetanolamina sintética não apresentou efeito antitumoral nas
doses de 200 e 500 mg/kg nos animais. No entanto, a dose de 1.000 mg/kg foi
eficaz em reduzir em 64% o crescimento do melanona. Apesar do resultado
considerado significativo pelos pesquisadores, esse percentual é inferior ao
observado com a ciclofosfamida, que inibiu o crescimento tumoral em 93%.
Todos os animais
do controle negativo apresentaram crescimento do tumor, o que, aliado à redução
significativa dos camundongos tratados com ciclofosfamida, valida o estudo. Os
exames histopatológicos ainda em curso confirmarão a ausência ou não de
metástases e complementarão os resultados do relatório.
O estudo,
coordenado pelo professor Manoel Odorico de Moraes, da Faculdade de Medicina da
UFC, tinha o objetivo de estudar o potencial antitumoral da fosfoetanolamina
sintética sobre o melanoma B16F10, que tem sido usado como modelo animal de
tumor imunogênico para estudo de imunoterapia em tumores experimentais.
Segundo Odorico
Moraes, embora seja um resultado alentador, muitas outras substâncias
apresentam atividade anticâncer bem superior ao resultado encontrado com a
fosfoetanolamina e somente os testes em seres humanos poderão comprovar,
definitivamente, a sua eficácia e segurança no tratamento do câncer.
Fonte: G1 Ceará