O ministro da Educação, Mendonça Filho, deu posse
ontem a 12 conselheiros do Conselho Nacional de Educação (CNE). O órgão tem a
função de formular e avaliar a política nacional de educação. Ao discursar na
posse, Mendonça Filho citou como prioridade para a educação no País a política
de formação de professores, a redução do analfabetismo, a reforma do ensino
médio e a ampliação do número de escolas em tempo integral.
“Para que tudo isso possa acontecer e o Brasil
possa dar a volta por cima e fazer de fato um avanço significativo na área da
educação, precisamos contar com atores relevantes como educadores, gestores,
pesquisadores, estudantes e servidores da área de educação. Evidentemente o CNE
tem uma relevância e tem, com certeza, uma colaboração a oferecer nesse debate
das políticas públicas nacionais”, disse o ministro.
Durante a cerimônia, houve um protesto de um grupo
que pedia a “nomeação dos conselheiros legítimos”, em referência à revogação
pelo presidente interino Michel Temer das nomeações para as vagas feitas um dia
antes do afastamento da presidente Dilma Rousseff. Posteriormente, Temer nomeou
os 12 conselheiros para o CNE, sendo mantido seis nomes indicados por Dilma. O
protesto ocorreu durante a leitura do termo de posse de conselheiros, quando
nove pessoas que estavam no auditório ficaram de pé segurando cartazes com a
frase “Golpistas: pela posse dos legítimos conselheiros do CNE”, além de
gritaram palavras de ordem como “esse conselho não me representa” e
“golpistas”. Um grupo de cerca de dez pessoas também permaneceu em protesto em
frente ao prédio do CNE.
Sem citar a manifestação durante o discurso, o
ministro disse que sua gestão no ministério é aberta ao diálogo e tem recebido
representantes das diversas áreas da educação brasileira. Disse ainda que
respeita a diversidade de opiniões e chamou a todos para se unirem na busca da
qualidade da educação.
“Espero ser respeitado dentro da minha autoridade e
responsabilidade como ministro da Educação. Em nome de uma boa educação,
conclamo a todos uma união em favor de um Brasil que foque a educação como um
instrumento de transformação social”, disse.
Foram empossados para a Câmara de Educação Básica
José Francisco Soares, Nilma Santos Fontanive, Suely Melo de Castro Menezes,
Eduardo Deschamps, Alessio Costa Lima e Gersem Luciano. Foi mantida a
recondução de Rafael Ramacciotti. Para a Câmara de Educação Superior foram
nomeados Antônio Araújo Freitas Júnior, Antônio Carbonari Netto, Francisco de
Sá Barreto, Luiz Roberto Curi e José Loureiro Lopes.
O presidente do CNE, Gilberto Garcia, disse que o
conselho contribuirá para “a construção da pauta da educação brasileira num
momento de necessidade de convergência para o bem da educação”. Ele lembrou que
no biênio 2014/2016 o conselho trabalhou com a educação básica como tema
prioritário e, na reunião de agosto, será escolhido o tema para o biênio
2016/2018. Tanto os nomes que foram escolhidos por Dilma e mantidos quanto os
selecionados por Temer fazem parte da lista de indicados por 39 entidades que
atuam na área educacional.
Fonte: O Povo online