Até o último processo seletivo era
preciso ter uma renda familiar per capita de até 2,5 salários mínimos. Agora o
limite será três salários mínimos
O Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) oferecerá
75 mil vagas no 2º semestre. O edital foi assinado ontem no Palácio do Planalto
pelo presidente em exercício Michel Temer e pelo ministro da Educação, Mendonça
Filho. As inscrições serão do dia 24 a 29 de junho e o resultado será divulgado
no dia 30 de junho. As vagas serão disponibilizadas pela Internet a partir do
dia 21 de junho.
O MEC também aumentará o limite de renda dos
participantes. Até o último processo seletivo era preciso ter uma renda
familiar per capita de até 2,5 salários mínimos. Agora o limite será três
salários mínimos. “É um fator positivo porque muitas pessoas que tinham o sonho
de que o filho pudesse estudar e chegar à faculdade estavam limitadas por conta
do teto que estava muito baixo”, disse Mendonça Filho. “Isso mostra o esforço e
o compromisso do governo do presidente Temer no sentido de assegurar a
continuidade de políticas públicas que atendam à necessidade dos estudantes
brasileiros”, diz Mendonça Filho. No total, haverá o investimento de R$ 450
milhões.
As vagas ofertadas no Fies vêm sendo reduzidas desde
o ano passado. Em 2014, foram ofertados 732.510 financiamentos. No ano passado,
foram 278.040 vagas. No primeiro processo seletivo deste ano, foram ofertadas
250.279 vagas em 1.337 instituições de educação superior – dessas, mais de 100
mil ficaram ociosas, segundo balanço da gestão anterior, de Aloizio Mercadante.
Segundo Mendonça Filho, a oferta no segundo
semestre, diante de um cenário de ajuste fiscal, foi possível graças a
readequações orçamentárias feitas pela pasta. “Se fôssemos seguir o que foi
deixado pela presidente Dima, seria impossível disponibilizar as vagas”,
afirmou o ministro. Mendonça Filho disse que assumiu a pasta com um total de R$
1,799 bilhão em dívidas.
O Fies oferece financiamento de cursos em
instituições privadas a uma taxa efetiva de juros de 6,5% ao ano. O percentual
do custeio é definido de acordo com o comprometimento da renda familiar mensal
bruta per capita do estudante. Atualmente, 2,1 milhões de estudantes participam
do programa.
Protesto
Estudantes, professores e trabalhadores em educação
participaram ontem da Marcha em Defesa da Educação Pública contra os cortes em
educação. O grupo, de aproximadamente 1 mil pessoas, segundo a Polícia Militar
do Distrito Federal, caminhou do Museu Nacional até o Ministério da Educação
(MEC) na Esplanada dos Ministérios e solicitou uma audiência com o ministro da
Educação Mendonça Filho. (ABr)
Fonte: O Povo