O diretor do Departamento de Vigilância Epidemiológica do Ministério da
Saúde, Eduardo Hage Carmo, disse nessa segunda-feira que, nas últimas cinco
semanas, há indicativo de que o problema da microcefalia está se agravando na
região Sudeste, que não só acompanhou o crescimento de casos suspeitos em
relação à região Nordeste, mas a ultrapassou por uma pequena margem: 172 contra
171 bebês que podem ter microcefalia.
No acumulado de casos, o Nordeste
ainda concentra cerca de 75% de bebês com o perímetro da cabeça menor que o
estabelecido para a notificação de casos, que atualmente é de 32 cm. Mas o
número de crianças que tem nascido com o indicativo de malformação cerebral, de
acordo com Eduardo Hage Carmo, vem aumentando mais no Sudeste do que em outras
localidades do país e, nas últimas semanas, já supera a região nordestina.
Rio de Janeiro e São Paulo são os
estados com maior crescimento de registros suspeitos de microcefalia. Nas últimas
cinco semanas a variação foi de 46 (RJ) e 104 (SP) novos bebês notificados,
enquanto no Espírito Santo e em Minas Gerais o total foi de 11 registros cada.
O caso de São Paulo – o mais populoso do Brasil – ultrapassa qualquer estado do
Nordeste. A maior variação é de Pernambuco, com 52 novas suspeitas – metade do
observado no estado paulista.
O diretor Eduardo Hage analisa os
números recentes: “Provavelmente, os casos estão relacionados ao pico de
ocorrência de infeção por zika, que na região Sudeste se dá depois da região
Nordeste. Enquanto na região Nordeste há um pico no primeiro semestre, até
meados de junho/julho, na região Sudeste esse pico se dá entre novembro,
dezembro [de 2015], janeiro e fevereiro [de 2016]. Há um período entre a
ocorrência da infecção por zika e a notificação da microcefalia, que é a
gestação”, explica. Segundo ele, a tendência é que haja uma curva ascendente
dos casos na região.
O último boletim divulgado pelo
Ministério da Saúde informa que, em 2016, foram 54.803 casos de zika no
Sudeste, contra 51.065 na região Nordeste.
Fonte: Ceará Agora