Por 15 votos a cinco, os senadores da comissão que
analisa o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff aprovaram nesta
sexta-feira (6) o parecer do relator Antonio Anastasia (PSDB-MG), que pede a
abertura do processo.
Com a aprovação da comissão, o prazo é de 48 horas
(sem contar o final de semana) para o parecer ser votado novamente, agora por
todos os senadores no plenário do Senado. Assim, a votação deve acontecer na
próxima quarta-feira (11). No plenário, é preciso o apoio da maioria simples
(41 votos, se os 81 senadores estiverem presentes). O senador Raimundo Lira
(PMDB-PB), presidente da comissão, não votou.
Anastasia afirmou que nesta fase o Senado discute
apenas a admissibilidade do processo, ou seja, se há elementos necessários para
a abertura do processo contra a presidente. "Estamos tratando só da
admissibilidade, e ela se limita a termos ou não a presença da justa causa.
Ontem eu falava a justa causa é a existência plausível de elementos típicos dos
fatos narrados", disse o relator, que ainda afirmou estar com a
"consciência tranquila".
Reunião começa com bate-boca e suspensão
A reunião começou por volta das 10h30 da manhã.
Assim que o presidente da comissão, Raimundo Lira (PMDB-PB), deu início aos
trabalhos, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) pediu a palavra para reclamar
de uma postagem nas redes sociais do senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que
seria contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e teria informações mentirosas,
segundo Lima.
Lindbergh reafirmou a postagem, dizendo que falava
sobre a retirada de direitos dos trabalhadores em um eventual governo Michel
Temer. A afirmação gerou bate-boca entre os senadores. "O senhor está
reiterando a infâmia", afirmou Aloysio Nunes (PSDB-SP). "Se sua
assessoria fez isso, são cúmplices da infâmia". Nunes disse que Lindbergh
iria responder no Conselho de Ética por isso.
Na sequência, após perceber que a campainha
utilizada para pedir silêncio na sessão não soava tão alto quanto necessário,
Raimundo Lira suspendeu a sessão por alguns minutos para que técnicos do Senado
pudessem reparar o equipamento. "Vou suspender por 5 minutos enquanto
troco essa campainha, que não está à altura desse momento histórico do
Brasil", disse Lira.
Fonte: UOL Notícias