Oito
mortos, dezenas de feridos, vias públicas bloqueadas e um prejuízo financeiro
enorme – ainda não calculado pelas autoridades. Este foi o resultado da mega
rebelião que sacudiu o Sistema Penitenciário do Ceará em apenas 15 horas que
durou a greve dos agentes responsáveis pela segurança interna das unidades
carcerárias.
O balanço foi feito pelo próprio
Governo, através do titular da Secretaria da Justiça e da Cidadania (Sejus),
advogado Hélio leitão, no começo da noite. Fontes da Perícia Forense do
Ceará (Pefoce) revelaram, com exclusividade, ao portal cearanews7.com.br que,
pelo menos, oito cadáveres de presos foram retirados das dependências das
unidades que se rebelaram.
Contudo, a própria Sejus admite que este
número pode ser maior, já que é costume nos presídios corpos de detentos
assassinados pelos outros serem ocultados e só descobertos muitas horas ou até
mesmo dias depois do assassinato.
A rebelião foi simultânea em seis
unidades do sistema, todas localizadas na Região Metropolitana de Fortaleza
(RMF): as Casas de Privação Provisória da Liberdade (CPPLs), 1, 2, 3 e 4, todas
localizadas no Complexo Penal em Itaitinga; além do Instituto Penal
Desembargadora Auri Moura Costa (Presídio Feminino), em Aquiraz; e o
Presídio do Carrapicho, sediado na cidade de Caucaia. O levante começou depois
que a direção das unidades suspendeu as visitas diante da falta de segurança.
Assim como os detentos, os familiares deles (visitas) se revoltaram e boquearam
a BR-116 e a via de acesso ao Presídio do Carrapicho.
Diante do caos que se instalou no
Sistema Penitenciário, o governador Camilo Santana (PT) chamou ao Palácio da
Abolição os representantes da categoria e decidiu atender às reivindicações da
categoria, sendo a principal, o aumento de 60 para 100 por cento o valor da
Gratificação Por Atividades Especiais (de risco de vida), que deverá ser paga
de forma escalonada até 2018.
Destruição
Além das oito mortes (e que podem
aumentar), e do enorme prejuízo para o Estado em virtude da destruição quase
completa das seis unidades carcerárias, restou ao governador a lição de que sua
atitude em subestimar o poderio das facções q criminosas que dão as ordens nas
cadeias cearenses foi um grande erro.
Já o secretário Hélio Leitão acabou por
admitir que seu “plano de contingência” montado para a emergência em caso da
deflagração da greve, foi um retumbante fracasso. Segundo ele, o Sistema entrou
em descontrole porque “os agentes impediram a Polícia Militar de entrar nos
presídios”.
Por FERNANDO RIBEIRO
Fonte:
Cearanews