Déficit da balança comercial cearense teve redução
de 84,6% em abril.
Em relação ao setores exportadores, calçados continuam o item no topo.
Pesquisa da Federação das
Indústrias do Ceará (Fiec) mostra que o estado apresentou em
abril um crescimento nas exportações pelo terceiro mês consecutivo.
Foram registrados um aumento de 2,1% nas exportações e uma
redução de 54,2% nas importações no mês passado, que representou melhora no
saldo da balança comercial cearense.
Esses são os resultados mostrados na pesquisa Ceará
em Comex, realizada pelo Centro Internacional de Negócios da Fiec com
informações coletadas do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior (MDIC).
O déficit caiu de US$ 137.705.412, em abril do ano passado, para US$
21.181.794, que implica em uma redução de 84,6%. Segundo a pesquisa, é o melhor
saldo desde 2012, quando o déficit foi de US$ 29.279.191 no mês de abril.
Exportações em alta
As exportações somaram, em abril, US$ 75,9 milhões. No mesmo período em 2015, o
total das vendas externas foi de US$ 74,3 milhões. É o terceiro mês consecutivo
em que se observa um crescimento. Para a Fiec, isso reforça a "conjectura
de que o câmbio pode estar influenciando neste cenário". Em relação às
importações, as compras externas passaram de US$ 212 milhões para US$ 97
milhões.
No acumulado de 2015, apesar da reação, as
exportações sofreram uma queda de 4% em comparação a 2015, caindo de US$ 326,8
milhões para US$ 313,7 milhões. Já as importações sofreram redução de 51,2% no
período, passando de US$1,2 bilhão para US$ 597,1 milhões.
A pesquisa aponta que a desvalorização do real frente ao dólar; redução das
importações de combustíveis; e avanços na conclusão das obras da Companhia
Siderúrgica do Pecém (CSP) influenciaram.
A participação das exportações e
importações cearenses na balança comercial do Nordeste no acumulado do ano foi,
respectivamente, de 8,1% e 11,6%, ante 8% e 13,5% em 2015. Já em relação ao
país, as exportações cearenses mantiveram-se inalteradas em 0,6%, enquanto que
as compras externas passaram de 1,9% para 1,4%.
Estados exportadores
O Ceará caiu
para a 15ª posição no ranking dos estados exportadores brasileiros, com US$
313,7 milhões. Entre todas as unidades federativas, somente 10 obtiveram
aumento nas exportações. Mesmo assim, o resultado do país foi superior em
relação ao mês anterior, com um aumento de 3,4% em comparação ao acumulado de
2015.
Itapipoca foi o município que mais se
destacou no estado, em crescimento percentual, de janeiro a abril de 2016, com
as exportações totalizando US$ 10,3 milhões, ante US$ 4,8 milhões do mesmo
período do ano passado.
Fortaleza, por sua vez, reassumiu a posição de maior município exportador
cearense que até então vinha sendo ocupado por Sobral, embora os dois
municípios, juntamente com Cascavel, tenham desempenho similar. Apesar dos
números, os três maiores exportadores do Ceará registraram queda nos montantes
comercializados, resultando em retração na participação das vendas ao exterior.
Calçados no topo das exportações
O estudo mostra que calçados continuam o item no topo do ranking dos principais
setores exportadores, apesar da queda de 3,4% (de US$ 88,4 milhões para US$
85,4 milhões) em relação a 2015. O destaque fica por conta do aumento de 293,8%
no item "peixes, crustáceos e moluscos", cujo volume de exportações
saltou de US$ 2 milhões para US$ 7,7 milhões.
Os Estados Unidos ampliaram ainda mais a
sua participação no ranking dos países de destino das exportações cearenses em
2016, de 20,5% para 25,75%. Permanece como o principal comprador dos produtos
comercializados pelo estado, com US$ 80,5 milhões, alta de 20,1% em relação a
2015, quando o país comprou US$ 67 milhões. A pesquisa ressalta ainda a
participação significativa da Argentina, figurando na segunda posição, com US$
24,2 milhões ante US$18,1 milhões no ano passado.
Importações
O Ceará manteve a 15ª posição no ranking brasileiro dos estados importadores em
2016, embora tenha registrado uma retração de 51,2%. São Gonçalo do Amarante
continua sendo o município com a maior participação (43,9%), apesar da queda de
60,9% nas compras ao exterior (de US$ 668,9 milhões para US$ 261,8 milhões) no
período de 2016 em comparação a 2015. Por outro lado, as importações de Aquiraz
subiram 284% no período, passando de US$ 8,1 milhões para US$ 31 milhões.
Em relação aos principais setores importadores,
apenas o item “produtos químicos orgânicos” registraram aumento, cerca de 9%.
“Combustíveis e óleos minerais” continuam no topo na lista dos setores que mais
são importados pelo Ceará, apesar da queda de 64,1% (de US$ 617,9 milhões para
US$ 221,8 milhões).
A China é o principal país de origem das
importações cearenses no acumulado do ano, com US$ 106,7 milhões, apesar da
queda de 49,8% em relação a 2015. Vale destacar que dos 10 países que mais
fornecem ao Ceará, apenas os Estados Unidos e a Índia registraram incremento -
respectivamente, 7% a 36,8%.
Fonte:
G1-CE