O som dos eletrodomésticos da casa da família
Bezerra de Menezes, localizada em Eusébio, Região Metropolitana de
Fortaleza, está agitado. Há seis meses, eles se tornaram os produtores de boa
parte da própria energia consumida. E tudo graças ao sol. Se chover, a produção
de energia não é interrompida.
Através de placas fotovoltaicas
instaladas no telhado, a energia solar é aproveitada e transformada em energia
boa para uso, que não agride o meio ambiente e o melhor, sem o susto de uma
conta de luz no final do mês.
Hoje, a família Bezerra ainda paga 30%
do que consome, porque a quantidade de placas que eles instalaram corresponde a
70% da energia consumida. Mas de todo modo é um alívio para o bolso, como conta
o piloto de avião, Fabiano Menezes.
Vamos a um exemplo prático: para uma
família de quatro pessoas, que gasta em média R$ 300 por mês com a conta de
luz, o investimento com as placas vai ser em torno de R$ 30 mil. Investimento
que, segundo o diretor de uma tradicional empresa de energias renováveis do estado,
Bastos Sampaio, vale a pena. Ele afirma que a procura pelo serviço no Ceará
aumentou 100% neste ano, em comparação com 2015.
No entanto, para o especialista em
energias renováveis da Universidade Federal do Ceará (UFC), Raphael Amaral, o
maior desafio ainda é o alto custo da tecnologia. A usina de minigeração do
Fabiano, é uma das 63 unidades solares que existem hoje no Ceará, segundo a
Secretaria de Infraestrutura do Estado. As centrais estão localizadas nos
municípios de Fortaleza, Aracati, Quixeramobim, Trairi, Aquiraz, Caucaia e
Eusébio.
E a tendência é que mais cearenses optem
pela energia alternativa, principalmente após o aumento de 13,7% na conta de
luz este mês de abril. Para ampliar o acesso, a Agência Nacional de Energia
Elétrica aprovou no inicío desse ano uma nova resolução, que criou o Sistema de
Compensação de Energia Elétrica, na qual permite que o cidadão instale pequenos
geradores de energia em sua unidade consumidora e troque energia com a
distribuidora local.
Além disso, como forma de incentivo, o Estado prevê
a redução do ICMS. Segundo o secretário Adjunto de Energia, Mineração e
Telecomunicações da Secretaria de Infraestrutura do Ceará, Renato Rolim, o
Governo estuda também implantar até 2018 placas solares em prédios públicos.
O Conselho Estadual do Meio Ambiente
aprovou também uma resolução que isenta de licenciamento ambiental no Ceará os
sistemas de minigeração de energia solar que forem instalados em telhados ou
fachadas e que tenham capacidade para produzir até 2 megawatts de potência,
como explica o gestor ambiental da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Wilker
Sales. A esposa do Fabiano, Érica Menezes, está feliz em usar energia solar na
sua casa.
O Ceará ocupa, hoje, a 13ª posição
no mercado fotovoltaico de geração distribuída, sendo responsável por 1,99% da
potência instalada no país.
Fonte: Tribuna do Ceará