O
Senado decidiu, na manhã desta quinta-feira, por 55 votos por 22 votos,
afastar, por 180 dias, a presidente Dilma Rousseff. Com essa decisão, o
vice-presidente Michel Temer assumirá o mandato e, no período de seis meses, o
Senado abrirá o processo do impeachment para julgar se a presidente Dilma será
cassada ou absolvida dos crimes de responsabilidade.
No período de até 180 dias, uma comissão
especial do Senado irá ouvir testemunhas e depoimentos sobre as denúncias que
levaram a abertura do processo contra Dilma Roussef.
O presidente do Senado Renan Calheiros
anunciou por volta das 6 horas e 30 minutos desta quinta-feira, o resultado da
votação. Foram mais de 20 horas da sessão, iniciada às 9 horas dessa
quarta-feira, com interrupções.
Os discursos de mais de 50 senadores
davam a sinalização do afastamento de Dilma que será notificada ainda nesta
quinta-feira. O vice Michel Temer assume ainda nesta quinta e anunciará a
equipe de ministros que o acompanhará no Governo de transição.
Antes mesmo da conclusão da votação,
feita em placar eletrônico, na madrugada de quinta foi atingida a maioria dos
votos dos parlamentares na Casa para determinar o afastamento temporário de
Dilma por 180 dias para ser julgada pelo Congresso. Após quase 20 horas de
debates, 77 parlamentares discursaram no plenário, dos quais 51 anunciaram
apoio ao afastamento de Dilma.
Antes da conclusão dos discursos,
contudo, o placar para o impeachment da petista se formou quando foi
anunciado o voto de Flexa Ribeiro (PSDB-PA), chegaram a 39 o número
de favoráveis ao impeachment. Como há 77 senadores aptos a votar, se formou
uma maioria prevista conforme o anúncio dos votos nos discursos.
Na sessão marcada por provocações e
críticas de ambos os lados, os senadores mantiveram o ritmo e adentraram a
madrugada, garantindo assim que Michel Temer assuma o posto de presidente da
República na tarde desta quinta-feira.
Concluídas as falas dos parlamentares,
que duraram quase vinte horas, o relator do parecer pelo início do processo,
Antonio Anastasia (PSDB) fez sua apresentação por 15 minutos na qual
reiterou que houve crime de responsabilidade da petista.
Em seguida, falou advogado-geral da
União, José Eduardo Cardozo, responsável pela defesa de Dilma, também por
15 minutos. Em um discurso enfático ele quais refutou as conclusões do
relatório do tucano, afirmou que o impeachment foi aceito por uma manobra de
“vingança” de Cunha e repetiu os argumentos de que as pedaladas não
configuraram crime de responsabilidade e que foram feitas por outros governos
sem terem causado punição. Ao final, ele reafirmou que o processo se configurou
como um “golpe”.
Após o resultado, Renan informou que a
presidente será notificada ainda na manhã desta quinta-feira, 12, da decisão do
Senado. Caberá ao primeiro-secretário da Casa, senador Vicentinho Alves
(PR-TO), fazer essa notificação pessoalmente.
Ao final do processo, Dilma será
afastada definitivamente do cargo se houver pelo menos 54 votos para
condená-la.
Com informações da redação cearaagora.com.br e Estadão.