A
Petrobras recebeu de volta, na manhã sexta-feira (31), mais de R$ 69 milhões
que foram desviados dos cofres públicos, fruto de propinas recebidas pelo
ex-gerente Pedro José Barusco Filho, entre 1999 e 2012. A entrega foi feita em
solenidade na sede da estatal, no Centro do Rio.
O valor é
equivalente a 80% do montante de quase 29 milhões de dólares (R$ 86,9
milhões) repatriados em abril deste ano da Suíça. Os outros 20% ainda
permanecem à disposição da Justiça Federal para eventual existência de outros
lesados a serem indenizados após sentença condenatória, informou o Ministério
Público Federal do Rio de Janeiro (MPF-RJ), na quinta-feira (30).
O
presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, informou que foram assinadas duas
devoluções. Uma é no valor de R$ 69 milhões, que já está em posse da empresa,
referente ao dinheiro desviado por Barusco. Outra, é pelo que foi desviado por
Paulo Roberto Costa, ex-diretor de abastecimento da Petrobras, equivalente a R$
70 milhões. Essas quantias, juntamente com o valor de R$ 157 milhões recebidos
pela estatal em maio, somam o montante de R$ 296 milhões devolvidos aos cofres
da companhia.
"São
várias ações, então, ainda não há uma consolidação desse número total. De fato,
já recebido, nós tivemos num primeiro evento R$ 157 milhões e mais dois valores
que nós estamos recebendo hoje", acrescentando que há a perspectiva
de se recuperar o valor total dos R$ 6,2 bilhões desviados.
O
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, destacou os prejuízos causados à
Petrobras. “Essa empresa foi vítima de criminosos que assacaram contra o seu
patrimônio. Vítima de atuação cruel de criminosos que alcançaram o seu
patrimônio. Não existe cidadão acima da lei. Ninguém se exime do cumprimento da
lei. Ninguém se exime de submeter-se às decisões judiciais”, declarou Janot.
“O que
esses criminosos fizeram, além de barbaramente saquear os recursos da empresa,
foi retirar da sociedade brasileira o seu orgulho. Com esse sinal, a gente
pretende reverter esse quadro e permitir que possamos de novo ter o orgulho,
recupera nosso orgulho”, completou Rodrigo Janot.
As
autoridades presentes na solenidade destacaram que esta era uma nova fase da
Justiça brasileira, "que pune os criminosos", e também da Petrobras,
que está aumentando o rigor na contratação de novos
fornecedores.
O
ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, reforçou as palavras de Janot:
"O momento em que é assinada esta devolução se torna um símbolo, e a
leitura social da história se faz por símbolos. No passado recente, a cultura
do 'rouba mas faz' estava impregnada nas sociedades", disse, reafirmando
que agora haverá mudanças no modo como se faz Justiça no país.
A
cerimônia no Rio contou com as presenças do procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, de Aldemir Bendine, presidente da Petrobras; de Luís Inácio
Adams, advogado-geral da União do Brasil; de Valdir Simão, no comando da
Controladoria-Geral da União; de Jose Eduardo Cardozo, ministro da Justiça;
e de Renato Silva de Oliveira, Procurador da República no Estado do Rio
de Janeiro.
Fonte: Jornal do Brasil.