Pode até ter sido coincidência, mas, no mesmo
dia em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, ao lado do líder
uruguaio José Pepe Mujica, que voltou a voar, o grupo Globo, da família
Marinho, desferiu um duríssimo ataque a ele.
Na noite de ontem, numa reportagem de seis minutos, totalmente
fora dos padrões habituais do Jornal Nacional (confira aqui), a Globo criminalizou a atuação de
Lula para que o Brasil financiasse o porto de Mariel, em Cuba, que foi
construído pela Odebrecht.
O ataque da Globo se deu a
partir de uma reportagem da revista Época, que já está sendo processada pelo
ex-presidente. Em nota, o Instituto Lula contestou a denúncia.
"Os jornalistas da Época deveriam saber que todos os grandes
países disputam mercados internacionais para suas exportações. E que não fosse
o firme empenho do governo brasileiro, para o qual o ex-presidente Lula
contribuiu, talvez o estratégico porto de Mariel fosse construído por uma
empresa chinesa, ou os cubanos estivesses assistindo novelas mexicanas",
diz a nota.
"Neste momento histórico,
em que EUA e Cuba reatam relações e o embargo econômico americano está prestes
a acabar, a revista Época volta no tempo a evocar velhos fantasmas da
Guerra Fria e títulos de livros de espionagem".
Nos últimos dias, Lula tem demonstrado que não pretende se
intimidar. Em entrevista a uma rádio mineira, disse que será candidato à
presidência da República, em 2018, caso seja necessário. E mandou um recado aos
adversários. “Você só consegue matar um pássaro se ele ficar parado no
galho. Se ele voar, fica difícil”. “Eu voltei a voar outra vez”
Leia, abaixo, nota do Instituto
Lula sobre reportagem de Época:
Documentos secretos revelam ignorância e má-fé da revista Época
Mais uma vez a revista Época
divulga reportagem ofensiva ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com
afirmações falsas e manipulação criminosa de documentos oficiais.
Avançando em ilações maliciosas e irresponsáveis, pelas quais seus
jornalistas já foram citados em ação judicial por danos morais movida pelo
ex-presidente Lula, a revista insiste em atribuir ao ex-presidente condutas
supostamente ilícitas que ele jamais adotou ou adotaria.
A matéria deste final de semana
(29/08) é uma combinação de má-fé jornalística com ignorância técnica (ou
ambas) e o único crime que fica patente, após a leitura do texto, é o vazamento
ilegal de documentos do Ministério das Relações Exteriores que, de acordo com a
versão da revista, tiveram o sigilo funcional transferido ao Ministério Público.
Ao contrário do que sustenta a matéria, a leitura isenta e correta
dos telegramas diplomáticos reproduzidos (apenas parcialmente, como tem sido
hábito de Época) atesta a conduta rigorosamente correta do ex-presidente Lula
em seus contatos com as autoridades cubanas e com dirigentes empresariais
brasileiros.
A presença de um representante
diplomático do Brasil numa reunião do ex-presidente com dirigentes de empresa
brasileira demonstra que nada de ilícito foi ou poderia ter sido tratado
naquele encontro. O mesmo se aplica ao relato, para o citado diplomata, da
conversa de Lula com Raul Castro sobre o financiamento de exportações brasileiras
para Cuba. Só a imaginação doentia que preenche os vácuos de apuração dos
jornalistas de Época pode conceber um suposto exercício de lobby clandestino
com registro em telegramas do Itamaraty.
Os procedimentos comerciais e
financeiros citados nos telegramas diplomáticos são absolutamente corriqueiros
na exportação de serviços, como os jornalistas de Época deveriam saber, se não
por dever de ofício, pelo simples fato de que trabalham nas Organizações Globo.
A TV Globo exporta novelas para Cuba desde 1982, exporta para a China e
exportou para os países de economia fechada do antigo bloco soviético.
Deveriam saber que, em consequência do odioso bloqueio comercial
imposto pelos Estados Unidos, empresas que fazem transações com Cuba estão
sujeitas a penalidades e restrições pela legislação dos EUA. Por isso, evitam
instituições financeiras sujeitas ao Office of Foreign Assets Control, que é
uma agência do governo dos EUA e não um “organismo internacional de
fiscalização”, como erra a revista.
Ao contrário do que o texto
insinua, maliciosamente, não há, nos trechos reproduzidos, qualquer menção a
interferência do ex-presidente em decisões do BNDES, pelo simples fato de que
tal interferência jamais existiu nem seria possível, devido aos procedimentos
internos de decisão e aos mecanismos prudenciais adotados pela instituição.
Os jornalistas da revista Época deveriam conhecer o rigor de tais
procedimentos e mecanismos, pois as Organizações Globo tiveram um
relacionamento societário com o BNDESPar, subsidiária do BNDES. Em 2002, no
governo anterior ao do ex-presidente Lula, ou seja, no governo do PSDB, este
relacionamento se estreitou por meio de um aporte de capital e outras operações
do BNDESPar na empresa Net Serviços, totalizando R$ 361 milhões (valores de
2001).
Deveriam saber que em maio de
2011, por ocasião da mencionada visita do ex-presidente a Havana, o
financiamento do BNDES às obras do Porto de Mariel estava aprovado, havia dois
anos, e os desembolsos seguiam o cronograma definido nos contratos, como é a regra
da instituição, que nenhum suposto lobista poderia alterar.
Em nota emitida neste sábado (29) para desmentir a revista, o
BNDES esclarece, mais uma vez, que “os financiamentos a exportações de bens e
serviços brasileiros para as obras do Porto de Mariel foram feitos com taxas de
juros e garantias adequadas”, e que os demais contratos mencionados não se
realizaram. Acrescenta que “o relacionamento do BNDES com Cuba foi iniciado
ainda no final da década de 1990, sem qualquer episódio de inadimplemento ou atraso
nos pagamentos.”
Os jornalistas da Época
deveriam saber também que não há nenhum ilícito relacionado às palestras do
ex-presidente Lula contratadas por dezenas de empresas brasileiras e
estrangeiras, entre elas a Infoglobo, que edita o jornal O Globo. Deveriam,
portanto, se abster de insinuar suspeição sobre esta atividade legal e legítima
do ex-presidente.
Tanto em Cuba quanto em todos os países que visitou desde que
deixou a presidência da República, Lula trabalhou sim, com muito orgulho, no
sentido de ampliar mercados para o Brasil e para as empresas brasileiras, sem
receber por isso qualquer espécie de remuneração ou favor. Lula considera que é
obrigação de qualquer liderança política contribuir para o desenvolvimento de
seu País.
Os jornalistas da Época
deveriam saber que todos os grandes países disputam mercados internacionais
para suas exportações. E que não fosse o firme empenho do governo brasileiro,
para o qual o ex-presidente Lula contribuiu, talvez o estratégico porto
de Mariel fosse construído por uma empresa chinesa, ou os cubanos estivesses
assistindo novelas mexicanas. Neste momento histórico, em que EUA e Cuba reatam
relações e o embargo econômico americano está prestes a acabar, a revista
Época volta no tempo a evocar velhos fantasmas da Guerra Fria e títulos de
livros de espionagem.
Ao falsear a verdade sobre a atuação do ex-presidente Lula no
exterior, os jornalistas da revista Época tentam criminalizar um serviço
prestado por ele ao Brasil. O facciosismo desse tipo noticiário é patente e
desmerece o jornalismo e a inteligência dos brasileiros.
Leia também:
Leia, ainda, nota do Instituto
Lula que não foi lida pelo Jornal Nacional:
Jornalistas da revista Época e
do Jornal O Globo já foram acionados judicialmente por danos morais praticados
contra o ex-presidente Lula, em reportagens que divulgam mentiras e manipulam
documentos oficiais. O ex-presidente Lula, a exemplo de outros dirigentes
mundiais de expressão, atua com muito orgulho para abrir mercados
internacionais para o nosso país e nossas empresas, sem receber por isso
nenhuma remuneração. Não há ilícito nessa atividade em favor do Brasil e da geração
de empregos em nosso país por meio da exportaçào de serviços e de produtos,
como faz por exemplo, a Rede Globo, que desde 1982 exporta novelas para Cuba.
O ex-presidente Lula jamais
interferiu em decisões do BNDES, nem isso seria possível, dado ao rigor dos
procedimentos da instituição, e como devem saber os profissionais das
Organizações Globo, que têm um antigo e importante relacionamento societário
com a subsdiária BNDESPar. Também não há ilícito na contratação de palestras do
ex-presidente, como fizeram desde 2011 dezenas de empresas, inclusive a
Infoglobo O único crime que ressalta na matéria da revista Época é o
vazamento ilegal do sigilo de documentos transferidos ao Ministério Público.
Fonte: Brasil 247.