A paralisação das obras da linha leste do
metrô de Fortaleza chamou a atenção para a inusitada compra das tuneladoras, o
equipamento de fazer túneis que o Brasil batizou de “tatuzões”. Por R$ 128
milhões, o Governo do Ceará comprou quatro tuneladoras da empresa
norte-americana The Robbins Company. Não é usual que o Governo faça a compra.
Geralmente, esta é uma responsabilidade dos consórcios responsáveis pela obra.
Duas tuneladoras já
chegaram à cidade. O porto do Pecém foi a porta de entrada após uma longa
viagem a partir da China. Os equipamentos estão armazenados à espera da
montagem e do uso, que pressupõe um conjunto de estruturas de engenharia civil
para recebê-los no canteiro de obras. Essas estruturas ainda não existem.
Há no Brasil pelo
menos seis tatuzões trabalhando na construção de metrôs subterrâneos. Cinco
deles estão em funcionamento em São Paulo. O sexto, no Rio de Janeiro. Ao
contrário do Ceará, foram comprados pelos consórcios privados que constroem
novos trechos dos metrôs nas duas metrópoles.
As tuneladoras são
equipamentos imensos e muito sofisticados. Ao mesmo tempo em que perfuram o
solo, instalam o revestimento estrutural do túnel, com anéis de concreto e
fibras de aço.
Os que trabalham na
linha lilás do metrô de São Paulo pesam 1.500 toneladas. Isso, sem considerar
os vários compartimentos ao longo da sua extensão que supera 120 metros: câmara
de compressão; motores hidráulicos; parafuso sem fim (que faz a retirada do
material escavado); esteira para o transporte do solo; eretor (equipamento que
faz a montagem dos anéis de concreto) e o backup (cabine de comando, painéis de
controle, transformador de energia, tanque hidráulico, sanitários, refeitório,
além de trailers para o movimento de materiais).
A operação do
equipamento de São Paulo (fabricado na Alemanha) necessita de 180 pessoas. São
50 profissionais em cada turno, além de 30 operários de apoio. Com a produção
diária (24 horas), o equipamento gera 154 metros cúbicos de terra por hora. A
remoção desse material exige um caminhão basculante a cada 4 minutos.
O relato serve para
apresentar ao distinto contribuinte cearense o equipamento que lhe pertence.
Fonte: Blog do Eliomar.