A informação está no meio de um
extensa e bem feita reportagem da Agência
Pública sobre a
invasão da direita nas redes sociais.
Durante a campanha presidencial, as equipes de Dilma e Aécio contaram com o
auxílio de “robôs” para vitaminar os resultados — perfis fake criados para
repercutir conteúdo (um destes bots, por exemplo, foi o “autor” do pedido para
o Youtube tirar do ar o nosso documentário “Helicoca”).
De acordo com a Pública, um membro da equipe de Aécio contou
que contratou pessoas com muitos seguidores no Twitter para trabalhar pela
causa. As contas falsas foram utilizadas também para inflar as de gente com
adequação, digamos, ideológica.
Fábio
Malini, doutor em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de
Janeiro, aponta que essa movimentação faz com que haja um “engajamento maior”.
“O efeito dos bots no Brasil foi aumentar a temperatura
do debate eleitoral”, diz.
Essa guerra deixou vários destroços, mais ou menos como o
lixo espacial. E o caso mais estranho é o do humorista Danilo Gentili.
Gentili, bastião da extrema direita, tem uma quantidade
impressionante de followers no Twitter: 10,5 milhões.
Ocorre
que 6 milhões deles (mais exatamente, 6.138.844) são fake, quase 60%. Esse
levantamento é realizado por uma ferramenta denominada Twitter Audit.
A metodologia está disponível no site.
Uma conta deste tamanho serve, entre outras coisas, como
atrativo para propaganda de produtos — incluindo candidatos. Gentili, embora
antipetista de coração, gosta de se declarar apartidário, afirma que
políticos são todos iguais, deblatera contra o estado-babá e por aí afora.
Na disputa de 2014, no entanto, apoiou Aécio a ponto de
imortalizar um tuíte de torcedor no dia da apuração: “Vazaram aqui pra mim
que Aécio já ganhou. Fonte quente.”
Curiosamente, durante os protestos de 12 de abril, ele acusou
uma manipulação nos “assuntos do momento”: “Twitter prefere não mostrar
rejeição, mas hashtag #SaiDilmaVez ultrapassa hashtag governista
#AceitaDilmaVez”.
Fonte: Diário do Centro do Mundo.