sábado, 22 de novembro de 2014

Parabéns senhor João Chiquinho pelos 102 anos de vida.

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JOÃO ALVES DO NASCIMENTO

(João Chiquinho)

FELIZ ANIVERSÁRIO DE 102 ANOS
(22/11/1912)

PEQUENO RESUMO BIOGRÁFICO


João Alves do Nascimento - (João Chiquinho).

(Autor: Professor Francisco Agenor Almeida Mendes)

Nasceu no dia 22 de novembro de 1912 na Fazenda Chumbado. Filho de Francisco Alves do Nascimento e de Maria do Nazareth Nascimento. Seus avós paternos foram: João Francisco do Nascimento e Maria Francisca de Freitas. Seus avós maternos foram: Manoel Domingues Pereira e Maria Durçulina Pereira. Sua parteira foi a Sra. Antonia Vito, a quem ele chamava de Mãe Toinha Vito que era muito querida por todos da família e da região. Os primeiros cuidados recebidos por João ao vir ao mundo naquele dia foram muito especiais: O leite materno, como primeiro alimento lhe garantiria longa vida. A criança e seus cueiros foram defumados pela Mãe Toinha Vito com fumaça de raspa de marmeleiro e de cachimbo.
Aos 8 meses de vida foi batizado na Capela de Nossa Senhora do Carmo, na Santa Maria, no dia 13 de julho de 1913, pelo vigário Pe. Catão Porfírio Sampaio (Pároco de São Francisco da Uruburetama – atual Itapajé), durante a festa da padroeira. Seus padrinhos foram: Antonio Alves Sena e Maria Ferreira Nascimento - (Livro de tombo Nº 3, da Paróquia Santo Antonio de Aracatiaçu, folha 17, batizado Nº 125).
Seus pais lhe deram ainda os seguintes irmãos: José Chiquinho, Manoel (Nél), Antonio, Chico Alves, Vicente, Sebastião, Maria do Carmo, Maria Patrocínio, Raimundinha e Lindolfo. De todos eles somente João, Raimundinha e Lindolfo estão vivos e confraternizam esta data memorável. João ia crescendo, saudável e inteligente, ao lado de sua família, amigos e dos primos, pelo lado paterno - (filhos de seu tio João Antonio): Francisco, Delfina, Maria, Fideralina, Felismina, Fransquinha, Bartolomeu, Raimundo Nonato, Jorge, Jesuíta e João de Deus. Este último, ilustre educador que muito contribuiu com a formação educacional de muitos jovens de nossa região.
A Fazenda Chumbado representou um importante capítulo da história de João Chiquinho, pois foi palco de muitas brincadeiras e travessuras desse grupo de crianças. Localizada à margem esquerda do Rio Bilheira, no período invernoso eram muito estratégicos os banhos em suas límpidas correntezas e poços sob frondosas oiticicas. Em tempos de estiagem eram perfuradas profundas cacimbas que abasteciam d´água pessoas e animais. Ali era também ponto de encontro de toda a comunidade que se aglomerava para pegar água, lavar roupas, tomar banhos e outras necessidades.
As terras férteis do Chumbado garantiam a alimentação de rebanhos criados pelas famílias que ali habitavam e a fartura de safras produzidas pela agricultura de subsistência, quando havia inverno. João Chiquinho relata em seu caderninho de anotações que foi alimentado com leite de cabra e farinha de pipoca e outros produtos da culinária do nosso sertão.
Cresceu num lar humilde e de harmoniosa convivência familiar. Seus pais eram muito católicos e passaram a todos os filhos as doutrinas da Igreja Católica, dentro da margem de conhecimento que sua cultura permitia. Eram devotos de São João Batista e todos os anos, no mês de junho, faziam terreiros animados à luz de fogueira em homenagem ao santo. Tradição essa que João Chiquinho cultiva até hoje com o apoio dos filhos. Segundo ele, um dos maiores gostos de sua mãe Nazareth era cantar para os filhos o bendito de São João Batista.
No ano de 1928, aos 16 anos de idade, sua família veio morar em Santa Maria. Com essa idade já era um verdadeiro homem no cumprimento das responsabilidades e na execução dos trabalhos delegados pelos pais. Nunca se esquivou do árduo trabalho na lavoura e em outras atividades pertinentes ao campo. Conhecia todas essas atividades e as dominava muito bem.
A vida não lhes reservou só bonanças. Como todo bom nordestino vivenciou tempos difíceis por causa das sucessivas estiagens, que de vez em quando assolaram o nosso Ceará e isso fazia padecer pessoas, plantações e animais. Na terrível seca que começou no início da década de 1930 foi obrigado a se retirar para a região de General Sampaio - (antiga Bom Jesus do Curu) para trabalhar como “cassaco” na construção de um grande açude, que barrava o Rio Curu. Era uma obra de combate aos efeitos da seca de iniciativa do governo federal através do Instituto Federal de Obras contra as Secas - IFOCS (hoje DNOCS). O tempo em que esteve lá foi bem acolhido por um tio, irmão de seu pai, chamado José Severino Alves que era casado com Maroca Mendes. Juntamente com João Chiquinho também estava lá um grupo de homens de nossa região. Ao retornar teve ainda que aceitar, resignadamente,  a morte prematura do jovem irmão Vicente que, aos 17 anos de idade teve sua vida ceifada por um trágico acidente automobilístico, no ano de 1936.
Enfim, as coisas melhoraram e João já homem feito, corajoso para o trabalho, paquerador, bonito e cordial para com todos, principalmente com as moças, estava na hora de casar. Por onde andou se engraçou de algumas e foi paquerado por outras, mas o destino lhe reservava uma jovem muito especial, membro de uma conceituadíssima família de Taperuaba, a família Nél. Essa jovem se chamava Maria Gomes do Nascimento, a querida Mariquinha. Filha de Joaquim Gomes do Nascimento e de Vicência Rodrigues do Nascimento, que fora criada por seus avós paternos Raimundo Gomes do Nascimento e Ana Mendes Ferreira. Os avós maternos eram Raimundo Rodrigues Borges e Maria Guilhermina de Jesus.
Pra que as coisas dessem certo nesse relacionamento João contou com a colaboração do amigo Antunino Nél, que deu uma de “cupido” para aproximar os dois. Antunino informou ao João que Mariquinha era uma moça muito prendada, tinha uma máquina de costura e sabia costurar. Além do mais estava apaixonada por ele e ainda era possuidora de uma jumenta e três cabeças de ovelhas. Diante do exposto João não tinha dúvida que ela era à jovem ideal para ser sua alma gêmea. Confessa que houve um certo interesse seu pelos pertences da moça, mas seria fácil se apaixonar por uma jovem assim e tinha tudo pra dar certo. E deu! No dia 10 de julho de 1942 eles estavam se casando na Capela de Nossa Senhora do Carmo, de Taperuaba, sob as bênçãos do vigário Pe. Leitão.
Já casados vieram morar na Fazenda Raposa. Essa seria o berço que acolheria todos os filhos do casal. E não seriam poucos. Foram 14! Morreram 3 e ficaram: Raimunda, Antonio Lisboa, Maria das Graças, Francisco Alves neto (Chicute), Vicente, Anaídes, João Batista, Rita, João Alves (Joãozinho), José Marcones e Paulo Francineto. Todos foram educados na fé cristã num lar harmonioso e acolhedor. São cidadãos exemplares e orgulho da família. João e Mariquinha sempre foram pais corujas, mas coube diretamente a ela cuidar dos filhos, da casa, das coisas do lar.
A ele ficou a árdua tarefa do trabalho na lavoura para ajudar a criar os filhos. Tudo o que ganhava entregava à Mariquinha pra administrar, pois ela sabia muito bem onde e quando aplicar os poucos recursos.
Os filhos foram crescendo e se projetando na vida. Raimunda Alves Gomes ingressou na Congregação das Irmãs Dorotéias de Paula Francinete no ano de 1966 e se tornou uma conceituada Freira, adotando o nome de Irmã Alves. Em seu trabalho religioso já morou no Amazonas, Pará e atualmente reside em São Luís do Maranhão. É o xodó do João Chiquinho. Parece que é a quem ele mais respeita.
Antonio Lisboa casou com Maria de Fátima Rocha e tiveram os filhos Aline, Alânio e Tamires. Maria da Graças casou com José Rodrigues de Sousa e tiveram os seguintes filhos: Josely, Orley, Josélia, Graciene, Leonardo, Leonildo, Leonan e Ângela Paula.
Chicute casou com Maria do Carmo Nascimento (Dedê) e tiveram o filho Georges.
Anaídes casou com Antonio Enilson do Nascimento e tiveram a filha Rosana.
João Batista casou com Maria das Dores Braga Alves e tiveram o filho Felipe.
Rita casou com Francisco Rodrigues Lopes.
João Alves casou com Maria das Dores Braga Alves e tiveram o filho Lucas.
José Marcones casou com Ana Maria Rodrigues e tiveram os filhos Marciana e Marcos Diones.
João Chiquinho e Mariquinha sempre foram muito gratos a Deus pelos filhos que tiveram e também pelos 3 genros, 5 noras, 17 netos e os bisnetos: Mirella, filha da neta Aline. Rodrigo, filho da neta Josely, Athur e Bárbara, filhos do neto Leonildo, Pedro Henrique, filho do neto Leonardo.
Hoje, ao completar 101 anos de vida e esbanjando saúde e simpatia ele afirma ter orgulho de ostentar o nome Chiquinho e diz ter herdado de seu pai que ficou carinhosamente conhecido como Chiquinho e que um outro irmão seu também ficou conhecido com Zé Chiquinho. Sente-se realizado com a profissão que escolheu: a agricultura. Foi dela que sempre tirou os meios de criar a família. Onde mais gostou de trabalhar foi no Sítio Furnas, de propriedade do Sr. Meton Torres de Vasconcelos. Dali tirou muitas carradas de algodão. Já fez muitas farinhadas, pois plantou mandioca por uns 10 anos. Gostava muito do trabalho à noite, no preparo da farinha, dos bijus... Eram noites animadas. Gaba-se ao lembrar que era um dos poucos agricultores da região a guardar, de um ano para outro, 40 latas de feijão e de milho na sua dispensa. Com isso se prevenia para não passar privações nos períodos de estiagens.
Já idoso e aposentado foi obrigado a mudar de domicílio, juntamente com sua esposa Mariquinha e alguns filhos passaram a residir em Vassouras, onde moram até hoje. Confessa que essa atitude não lhe agradou muito, mas entende que foi para serem melhor cuidado pelos filhos, visto que sua esposa já não gozava de boa saúde. E foi justamente em Vassouras que Mariquinha veio a falecer, no dia 04 de abril de 2009. Foi uma das maiores perdas que ele já teve. Ainda hoje convive com a saudade dela, mas não perde o espírito alegre que lhe é característico. E isso é um dos maiores segredos da longevidade, acompanhado de uma boa alimentação e conservar boas amizades. Lembra alguns amigos: Nonato Mendes, Martins Mendes, Zé Cosmo, Antonio Romano, Vicente Romano, Fré, Zé Maniçoba e muitos outros.
João Chiquinho sempre gostou de socializar com todos os seus conhecimentos adquiridos ao longo dos anos, ou nos 8 dias em que frequentou uma sala de aula em toda sua vida, quando tinha 15 anos de idade. É profeta popular e domina um vasto conhecimento a partir da observação das coisas da natureza, principalmente dos astros - Nas noites escura, admira as estrelas. Nas noites de lua se enamora dela. Observa o nascer e o pôr do sol.
Para se viver bem ele receita algumas atitudes em forma de orações de agradecimento e pedido de ajuda aos santos e alguns pensamentos de sabedoria que orientam na vida. Eis alguns:
• Ao se deitar: “ Com Deus eu me deito, com Deus eu me levanto com as graças do Espírito Santo”.
• Ao tomar banho: “Vou tomar este banho por debaixo das barbas do Senhor são Pedro”.
• Ao sair para a roça: “São Bento, água benta, Jesus Cristo no altar, os calangos venenosos que tiverem neste caminho se arredem pra eu passar”.
• Quando cai um cisco no olho: “ Corre, corre cavalheiro vai à casa do Celeiro vai dizer Santa Luzia que traga seu lencinho para tirar este agueiro”.
• Quando vem tempestade de chuva, vento e trovões: “Chaga abertas, coração ferido. O sangue de Nosso senhor Jesus Cristo esteja entre nós e o perigo”.
• “Quem com Deus vive, com Deus morrerá”.
• Oração ensinada por sua mãe Nazareth: “ Oh, minha mãe das graças! Mãe das misericórdias. Livra-me dos inimigos e recebe-nos na hora da morte”.
• “Amigo é aquele que avisa e quem me avisa meu amigo é”.




















FRASE DO DIA

“Não sei se a vida é curta ou longa para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silencio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia, amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira, pura enquanto durar. Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina
. Cora Coralina

Por hoje é o que tenho para contribuir para nossa a memória de história. Boa noite / bom dia. 


Ribamar Ramos         
Boa noite / Bom dia!      
Fort 21 de novembro de 2013

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