Na
quarta entrevista que concedeu à imprensa brasileira após a reeleição, a
presidente Dilma Rousseff defendeu, nesta terça-feira (28), no SBT, que se
acabe com a impunidade no país e comentou a capa da revista Veja, divulgada
quatro dias antes das eleições que acusava de saber tudo o que ocorria no
esquema de corrupção dentro da Petrobras.
"Vários processos desenvolvidos no Brasil, objeto de
CPI, no final, acabam em pizza. O corrupto e o corruptor não são punidos. Se
mantem a impunidade, você está sancionando a corrupção. Quero investigação
total, doa a quem doer. Quero que a população saiba de tudo. Para que não haja
essa delação seletiva. Eu mesma fui vítima de um vazamento seletivo
estranhíssimo no últimos dias da minha campanha", disse.
Ela também falou sobre a regulamentação da mídia, bandeira
defendida pelo PT. "Não vou regulamentar a mídia no sentido de interferir
na liberdade de expressão. Sou de uma época que vivi sob a ditadura e sei o
valor da liberdade. Mas como setor econômico, porque a mídia não é só setor
cultural, vamos discutir uma regulação, mas antes de fazer vamos discutir
muito", afirmou. Ela defendeu ainda a regulamentação do direito de
resposta.
A presidente também afirmou que não permitirá indicações
políticas na Petrobras. "No meu primeiro mandato foi assim: a direção da
Petrobras a partir do dia que fiz todas as mudanças no início do meu governo,
em 2011, quando saiu todos os diretores, eu passei a não deixar indicação
política na empresa. No novo governo vai continuar assim", ressaltou.
Economia
Ela disse que tem desenvolvido um bom diálogo com todo o
setor industrial e disse que sempre conversou com o setor financeiro.
"Quero saber deles o que eles pensam sobre a economia agora",
afirmou.
Reforma política
Sobre a reforma política, ela disse que está "aberta ao
diálogo com todos os setores", inclusive com Aécio Neves e Marina Silva e
poderá chamá-los para uma conversa. "Depois do processo eleitoral, um
governo e uma presidenta reeleita devem ter disposição e abertura para
dialogar. É preciso criar pontes", afirmou
Criminalização da
homofobia
Sobre os crimes praticados contra homossexuais, a presidente
disse que dará "total apoio" à criminalização da homofobia. "É
uma medida civilizatória. O Brasil tem que ser contra a violência que vitima a
mulher, a violência aberta ou escondida que fere os negros e também tem que ser
contra a homofobia, que de fato é uma barbárie", ressaltou.
Fonte:
Brasil
247.