Tiago Rocha perguntou
a policiais se responderia criminalmente caso cometesse um assassinato dentro
da cadeia. O advogado desistiu do caso
Na madrugada de ontem, Tiago Henrique Gomes da Rocha, o assassino
confesso de 39 pessoas em Goiânia, declarou a policiais da Delegacia Estadual
de Repressão a Narcóticos (Denarc), onde está preso desde o dia 14, que
”continua com vontade de matar”. A informação foi repassada pelo delegado
Eduardo Prado. Acrescentou que Rocha perguntou também se responderia
criminalmente caso cometesse um assassinato dentro da cadeia.
Mesmo após declarar que estava arrependido dos crimes, Rocha disse à
Polícia que foi essa ”vontade de matar” que o levou a praticar os assassinatos.
O delegado disse que o vigilante também vem pedindo bebida alcoólica. O
advogado do vigilante desistiu da defesa do cliente. Thiago Huáscar Vidal
permaneceu à frente do caso, que ganhou repercussão internacional, por apenas
sete dias.
Ele alegou para o abandono da defesa divergências no valor dos
honorários: “É um caso complexo, que exige tempo e dedicação. Hoje, a mãe dele
me procurou dizendo que não teria condições de cumprir o pré-acordo porque não
possui condições financeiras. Por isso, abandonei a defesa”, afirmou Vidal. No
período em que defendeu o vigilante, Vidal disse que ficou surpreso com os
detalhes de cada morte admitida por Rocha à Polícia. O homem confessou o
assassinato de mulheres, moradores de rua e homossexuais em Goiânia.
”Antes do depoimento, eu o orientei a não produzir provas contra ele
mesmo. Mas ele bateu na mesa e disse que falaria sim, que precisava tirar um
peso”, segundo Vidal.
O advogado afirmou que, no Tribunal do Júri, sua estratégia seria a de
tentar provar que Tiago está sem condições de responder pelos próprios atos, a
mesma alegação que colocou nas ruas Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, o “Cadu”, de
28 anos, lembrou ele.
Cadu confessou ter matado o cartunista Glauco Vilas Boas e o filho dele
em 2010, mas foi considerado inimputável por ser esquizofrênico, segundo a
decisão da Justiça. Cadu está sendo investigado por um latrocínio e outra
tentativa do mesmo crime em agosto deste ano, também em Goiânia, no período em
que se submeteu a tratamento em liberdade.
De acordo com Vidal, o vigilante pediu várias vezes para ler reportagens
sobre ele: “Ontem (domingo), um jornal inglês me procurou para uma entrevista.
Quando eu comentei o fato, ele (Rocha) disse que tiraria fotos para o jornal,
mas que antes precisaria fazer o cabelo e a barba”, declarou o advogado. (da Folhapress)
NÚMEROS
39 assassinatos foram admitidos por
Thiago Henrique Gomes da Rocha
Fonte: O Povo