A suposta cláusula de
confidencialidade usada como justificativa pela candidata Marina Silva (PSB)
para manter sob sigilo os clientes e valores individualizados de suas palestras
não se aplica a todos os seus contratos, que, juntos, somaram R$ 1,6 milhão em
receita bruta para a ex-ministra. De acordo com a Folha, ao contrário do que
Marina tem dito publicamente, quatro entidades disseram que não assinaram
nenhum acordo para tratar como sigiloso o valor pago a ela. Marina tem dito que
mantém em segredo quem lhe contratou e quanto cada um pagou, alegando que a
confidencialidade é imposta por seus contratantes.
A reportagem do jornal procurou 32 entidades para as quais Marina
deu palestras desde 2011, após ter deixado o Senado. Das 17 que responderam aos
questionamentos da Folha, quatro revelaram não ter existido nenhum acordo de
confidencialidade. Destas, apenas a Fundação Dom Cabral se recusou a revelar o
valor das duas apresentações, uma em 2011, em Belo Horizonte, e outra em 2012,
em São Paulo.
Mas outras três abriram os dados: a Associação Comercial e
Empresarial de Minas Gerais pagou R$ 31 mil, a Associação Brasileira dos
Profissionais de Recursos Humanos do Rio repassou R$ 5.000, e o Conselho
Federal de Contabilidade, R$ 33 mil. Nenhuma delas firmou qualquer tipo de
acordo de confidencialidade.
Outras cinco instituições
confirmaram o acordo para manter sob sigilo o valor pago, admitindo não ter
sido exigência de Marina, mas procedimento interno padrão, e oito entidades
disseram que Marina não cobrou pela apresentação. As demais não responderam aos
questionamentos ou se recusaram a dar informações.
Procurada, a assessoria da campanha agora afirma que houve
contratos sem cláusula de confidencialidade e sustenta que, posteriormente, a
empresa de Marina passou a oferecer essa opção por exigência dos clientes.
"É compromisso público da empresa de Marina Silva divulgar o mais breve
possível a lista de todos os contratantes dos serviços prestados que não se
opuserem à divulgação dos dados dos contratos. Para isso, todos os contratantes
estão sendo procurados para autorizar formalmente a quebra da cláusula de
confidencialidade", informou a assessoria.
Fonte: Brasil 247.